Morte de amante de PM: o estopim da maior chacina de Goiânia?

Um mistério ainda não resolvido: como um romance extraconjugal pode ter levado a uma das maiores tragédias da cidade.

Goiânia presenciou um dos episódios mais brutais de sua história em abril de 2017, quando nove jovens encontraram um destino fatal em um ataque arquitetado por quatro assassinos. As informações que circulam em volta deste caso sugerem que esse massacre possa ter sido uma retaliação à morte da amante de um policial militar do Giro, o grupo tático de motopatrulhamento de Goiás.

Os eventos pré-chacina

A manhã do dia 7 de abril de 2017 trouxe a primeira chama que acendeu essa fagulha trágica. O policial Zanderlan Bernardes e sua amante, Liliane Pereira, foram abordados por dois assaltantes. Zanderlan reagiu, matando um dos assaltantes, mas sofreu tiros no rosto e na perna, enquanto Liliane foi alvejada e faleceu horas depois.

A noite fatídica

No mesmo dia, nas horas que seguiram a morte de Liliane, nove jovens foram assassinados em diferentes pontos da cidade. Curiosamente, seis das vítimas foram mortas na região leste, a mesma em que Liliane foi assassinada.

As investigações e suas complexidades

Uma força-tarefa da Polícia Civil foi montada, envolvendo sete delegados. No entanto, a investigação foi abruptamente interrompida em 2018. Isso aconteceu mesmo depois de exames de microbalística confirmarem que oito das nove vítimas foram assassinadas pelas mesmas armas. Além disso, vídeos de câmeras de monitoramento revelaram que motocicletas saíram do batalhão do Giro durante o período da chacina, e policiais do Giro haviam pesquisado informações sobre algumas das vítimas no sistema de segurança.

A “Chacina do Giro” ainda guarda muitos mistérios. As circunstâncias das mortes, a relação com a morte de Liliane e as evidências ligando o crime a policiais do Giro geraram uma nuvem de dúvidas e suspeitas.

Implicações e desdobramentos

Após o arquivamento do inquérito unificado, muitos dos inquéritos individuais também foram arquivados sem esclarecimento. O delegado Rilmo Braga, que tomou a decisão de arquivar, defendeu a falta de “evidências robustas” em um relatório de quatro páginas.

Questionado, o delegado afirmou que as investigações continuam pela Polícia Civil. Por outro lado, a PM informou que está à disposição da justiça, mas não esclareceu se abriu um inquérito policial militar sobre o caso.