A morte de um mototaxista tem gerado uma série de protestos em Canavieiras, extremo-sul da Bahia, desde a manhã deste domingo (26). Segundo o delegado Fábio Simões, de Ilhéus, que atua no caso, a população se revoltou depois da morte, com requintes de crueldade, do profissional. A Polícia Militar pediu reforço para conter a manifestação. No fim da tarde, um ônibus foi queimado perto do terminal rodoviário.
Dois adolescentes são suspeitos do crime. Moradores cercaram a casa onde um deles tentou se esconder, na tentativa de linchá-lo. A polícia conseguiu apreendê-lo e ele foi levado para a delegacia de Ilhéus.
Outro adolescente, que tem 15 anos, já tinha sido apreendido pela Polícia Militar e narrou o crime em depoimento à Polícia Civil. Segundo a polícia, o mototaxista saiu para atender a uma corrida e, ao chegar no local pedido, teve motocicleta roubada e foi assassinado brutalmente.
"Foi um crime que chocou a população. Ele disse que, em companhia do outro, chamaram o mototaxista, apontaram a arma, roubaram a moto e levaram o mototaxista para o manguezal. Lá, amarraram ele nos galhos do manguezal e deu tiro por trás, na cabeça da vítima. Depois, os dois pegaram a moto e foram até um mercadinho fazer assalto, que era o objetivo deles. Um ficou na moto, com ela funcionando, e outro cometeu o assalto. Eles deixaram a moto três ruas após o mercadinho. Segundo ele, os dois concluíram que o mototaxista poderia passar informação para policiais, que ele era 'caguete'", narrou ao G1 o delegado Simões.
O delegado disse que os autos foram encaminhados ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) e que a Promotoria representou à Justiça com o pedido de internação do menor.