Motorista de aplicativo suspeito de sequestrar passageiras em Salvador é preso e confessa o crime

Defesa do acusado alega que o ato foi cometido sob coação de dívidas com um agiota.

Um motorista de transporte por aplicativo foi interrogado pela polícia nesta quarta-feira sob suspeita de sequestrar e extorquir passageiras na capital baiana. De acordo com a delegada Maritta Souza, da 16ª Delegacia Territorial (DT/Pituba), o indivíduo confessou sua participação em um dos quatro crimes atribuídos a ele. Uma ordem de prisão temporária, válida inicialmente por 30 dias, foi decretada e poderá ser estendida, seguindo as investigações.

As autoridades detiveram o suspeito na terça-feira anterior, após evidências coletadas durante o mês de outubro, quando os casos foram relatados em bairros como Costa Azul, Tancredo Neves, Pituba e Paralela.

“Confirmou um dos episódios, particularmente o que envolveu duas mulheres em um centro comercial, onde após o cancelamento da corrida pelo aplicativo, ele cometeu o roubo,” declarou Souza.

De acordo com a delegada, o suspeito alegava necessitar do dinheiro para quitar uma dívida e coagia as vítimas com a ameaça de transportá-las até Feira de Santana, município situado a cerca de 100 quilômetros de Salvador. As autoridades confirmaram que o acusado possui parentes na referida cidade, embora ainda não tenham sido constatados delitos conexos naquela área.

Investigações adicionais conduzidas pela polícia revelaram a identidade dos indivíduos que receberam as transferências bancárias realizadas durante os sequestros. As vítimas também reconheceram o motorista como o autor dos delitos.

A defesa do acusado, representada pela advogada Acássia Cristina, alega que o ato foi cometido sob coação de dívidas com um agiota. Cristina menciona que o suspeito admitiu apenas o delito ocorrido no Salvador Shopping em 28 de setembro, atribuindo os demais a um terceiro, conhecido como Silvino, que teria incitado as ações.

“Ele disse que estava sendo ameaçado por um agiota, devia R$ 7 mil. Ele estava com a cabeça já para ‘ser lançada fora’ e não teve outra opção a não ser cometer esse crime”, relatou.

O modus operandi, conforme detalhado nos relatórios policiais, envolvia o cancelamento das corridas seguido de ameaças com arma de fogo, forçando as vítimas a efetuar transferências via PIX. Em um dos depoimentos, uma das mulheres descreveu ter sido coagida a transferir valores que totalizariam aproximadamente R$10 mil.

A Uber, empresa vinculada ao serviço de transporte utilizado pelo acusado, se manifestou por meio de uma nota, afirmando estar cooperando com as autoridades para facilitar a investigação. O suspeito já possuía passagem pela polícia por roubo, segundo a delegada Souza. As informações são do Portal ChicoSabeTudo.

O caso segue em aberto, com a polícia buscando esclarecer todos os inquéritos e considerando a possibilidade de transformar a detenção temporária em preventiva, garantindo a continuidade das averiguações.