Uma mulher foi resgatada da casa de um pastor na cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte, após três décadas sofrendo abusos sexuais e sendo mantida em condições de escravidão.
De acordo com informações do UOL, a vítima, que não foi identificada, chegou ainda adolescente, aos 16 anos, à casa do pastor Geraldo Braga da Cunha, da Assembleia de Deus.
O Ministério do Trabalho investigou o caso após denúncia feita por um perfil no Instagram. Uma equipe foi enviada à residência e comprovou os crimes. A mulher era responsável pelos serviços domésticos da família, recebendo moradia, comida, roupa e presentes em troca. Porém, em 32 anos, nunca recebeu um salário ou direitos trabalhistas, como férias.
O próprio pastor afirmou que manteve um “relacionamento consensual” com a doméstica. Mas em depoimento, ela afirmou que tinha “nojo” do homem e que fugia dele pela casa durante os dez anos em que foi abusada e assediada. A mulher foi resgatada e levada para a casa de uma irmã.
A defesa do pastor negou as acusações e garantiu que a vítima era tratada “como uma filha” desde que chegou à residência da família.
Os salários atrasados e verbas rescisórias a que a vítima teria direito somam R$ 88 mil. O Ministério Público também pediu R$ 200 mil em danos morais à mulher. Ainda não houve acordo para pagamento.