Natalia Becker, influenciadora digital, confirmou que não solicitou exames prévios ao empresário Henrique Chagas, de 27 anos, que faleceu em 3 de junho, após um peeling de fenol em sua clínica, localizada no Campo Belo, zona sul de São Paulo. Em entrevista à TV Record, ela afirmou: “A gente não pede exame, não sou médica para pedir exame.”
A influenciadora também declarou que a clínica não possui equipamentos de monitoramento cardíaco, apenas um aparelho de pressão e um oxímetro. Este último, que mede a saturação de oxigênio no sangue, estava quebrado no dia do procedimento, segundo Marcelo Camargo, companheiro de Henrique.
Natalia Becker, nome usado nas redes sociais por Natalia Fabiana Freitas Antonio, negou ser esteticista, mencionando que apenas fez “cursos livres” para aprender a aplicar o peeling de fenol.
“Eu sou uma influenciadora, uma empresária. Não fiz faculdade, só fiz cursos livres, como uma cabeleireira faz um curso”, explicou.
Durante o depoimento à Polícia Civil, Natalia disse ter aprendido a técnica em um curso online e alegou desconhecer os riscos do procedimento: “Não existe caso de morte de fenol, nada na literatura. Não tem nada falando que eu não poderia aplicar.”
A influenciadora foi indiciada por homicídio doloso. Ela se apresentou à polícia em 5 de junho, dois dias após a morte de Henrique, e prestou depoimento por cerca de duas horas. Em pronunciamento à imprensa, Natalia lamentou a morte e disse estar vivendo dias difíceis: “Eu tô muito triste pelo que ocorreu, jamais quis prejudicar ninguém. Sinto muito pela família dele. Acabou com a minha vida isso. Eu jamais tive a intenção de prejudicar ele.”
A advogada de Natalia, Tatiane Forte, informou que sua cliente não se apresentou antes à polícia devido ao abalo emocional, chegando a ter uma crise de ansiedade. A influenciadora entregou um documento comprovando que buscou atendimento médico no Hospital da Luz após saber da morte de Henrique.
A clínica de Natalia foi fechada e autuada pela Vigilância Sanitária do município, que constatou que o estabelecimento realizava procedimentos em desacordo com a legislação vigente. Apesar de ter licença para “atividades de estética e outros serviços de cuidados com a beleza”, a clínica não seguia todas as normas exigidas.