Em uma onda de violência alarmante, cinco mulheres foram mortas na Bahia em uma única semana, entre 21 e 27 de maio de 2023, com fortes indícios de feminicídio. As vítimas tinham idades entre 27 e 37 anos e as circunstâncias das mortes mostram uma clara associação com violência doméstica e possessividade.
O rastro de violência
Na madrugada de 23 de maio, Mariana Angélica Borges de Souza, de 28 anos, e o namorado André Couto Passos, de 26 anos, foram mortos. David Silva Barbosa, padrasto de Mariana, assumiu o crime e foi encaminhado ao Complexo Penitenciário da Mata Escura. David alegou ciúmes e humilhações como motivos para o crime.
Em 25 de maio, Natalina dos Santos, 37 anos, foi morta pelo ex-companheiro, Anderson, que invadiu sua casa no bairro da Liberdade. Anderson já possuía antecedentes criminais, tendo cumprido oito anos de prisão por um duplo homicídio em 2014.
No dia 26, três feminicídios foram registrados. Noêmia foi assassinada na frente da filha em Sento Sé, enquanto Adriele Cardoso, 36 anos, foi sequestrada e morta pelo ex-namorado em Salvador. Posteriormente, o suspeito cometeu suicídio. No mesmo dia, o corpo de Carla dos Santos Nunes, 27 anos, foi encontrado no IAPI, e o principal suspeito é seu ex-namorado, Adelson dos Santos Oliveira, que foi detido enquanto se escondia na casa de parentes.
Registros de violência contra a mulher na Bahia
A Polícia Civil da Bahia comunicou que, até 24 de maio, foram registrados 35 feminicídios no estado, uma redução de 10,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. No entanto, é importante salientar que esses números são preliminares e podem sofrer alterações à medida que as investigações avançam.
Em contraste, o relatório “ElasVivem: dados que não se calam” da Rede de Observatórios da Segurança revelou que a Bahia registrou um aumento de 58% na violência contra mulheres em 2022, com 316 crimes reportados. No mesmo ano, o estado liderou o ranking de femicídios na região Nordeste, com 91 registros.
A semana trágica ressalta a necessidade urgente de ações efetivas para proteger as mulheres e combater a violência de gênero na Bahia.