Uma operação da Polícia Civil do RJ contra o tráfico de drogas no Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, deixou 15 pessoas mortas e provocou um intenso tiroteio no início da manhã desta quinta-feira (6).
Segundo a corporação, um policial civil e 14 suspeitos morreram na ação. Dois passageiros do metrô foram baleados dentro da composição, na altura de Triagem.
Vídeos registraram o som de rajadas, e explosões de bombas também foram registradas em diferentes pontos da favela. Moradores afirmavam que não conseguiam sair de casa — como uma noiva de casamento marcado e uma grávida com cesariana agendada, ambas para esta manhã.
A Operação Exceptis investiga o aliciamento de crianças e adolescentes para ações criminosas, como assassinatos, roubos e até sequestros de trens da Supervia. A polícia afirma que o tráfico da região adota táticas de guerrilha, com armas pesadas e “soldados fardados”.
Até a última atualização desta reportagem, foi divulgado o nome de cinco vítimas do tiroteio, entre o policial morto e pessoas feridas:
André Frias, policial civil, morto após ser baleado na cabeça; ele era da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod);
Outros dois policiais feridos, um da Dcod e um da Coordenadoria de Operações Especiais (Core) — não havia informações sobre o quadro de saúde deles;
Dois passageiros dentro de um vagão da Linha 2 do metrô, feridos após uma bala perdida estilhaçar uma janela — também não havia informações sobre o quadro de saúde deles.
O Jacarezinho é considerado uma base do Comando Vermelho, a maior facção do tráfico de drogas em atividade no Rio. A comunidade é predominantemente plana, repleta de ruelas e cercada de barricadas instaladas pelo crime — o que dificulta o acesso de blindados, por exemplo.
O Globocop flagrou às 6h45 policiais avançando pelos trilhos da Supervia e do metrô — que cortam o Jacarezinho na superfície — e se abrigando em postes. Helicópteros da polícia, em apoio às equipes em terra, davam rasantes na comunidade.
Não havia movimentação de moradores nas ruas e vielas do Jacarezinho.
A troca de tiros afetou a circulação da Linha 2 do metrô e dos ramais de Saracuruna e de Belford Roxo da Supervia — trens da Central não partiam para esses destinos.
Às 7h30, criminosos com fuzis foram vistos pulando de laje em laje, em fuga. Os homens passavam as armas de mão em mão pelos muros enquanto corriam pelos telhados das casas.
Escutas identificaram 21 criminosos
Com a quebra dos dados telemáticos autorizada pela Justiça, foram identificados 21 integrantes do grupo criminoso, todos responsáveis por garantir o domínio territorial da região com utilização de armas de fogo.
A polícia identificou uma estrutura típica de guerra provida de centenas de “soldados” munidos com fuzis, pistolas, granadas, coletes balísticos, roupas camufladas e todo tipo de acessórios militares.