Nesta segunda-feira (15/05), a manhã na Ilha de Maré, Salvador, foi marcada por um intenso confronto entre as forças de segurança e Marcelo Luís Silva de Matos, 34 anos, mais conhecido no submundo do crime como “Pão”. Pão, que foi o estrategista por trás do ataque à agência do Santander em Periperi, não resistiu aos ferimentos após o embate com a polícia.
A Operação Terra Livre, que reuniu efetivos da Polícia Federal, da Secretaria de Segurança Pública (SSP) e da Polícia Civil, localizou Pão em um reduto clandestino na Ilha de Maré. Ao notar a chegada das forças de segurança, ele optou pela resistência armada, resultando em ferimentos que culminaram em sua morte. No local, os oficiais apreenderam uma pistola, munições e um carregador.
A SSP tem registros de que Pão tentou uma investida contra o banco Santander de Periperi em 9 de janeiro deste ano. Na ocasião, a operação criminosa envolveu reféns, mas terminou sem êxito. Inabalado, Pão voltou a atacar o mesmo local em 16 de março, onde desta vez conseguiu explodir caixas eletrônicos da instituição financeira.
Os antecedentes criminais de Pão vão além dos ataques a instituições bancárias. Ele era peça-chave em uma facção criminosa responsável por uma série de delitos graves, que incluem homicídios, tráfico de drogas, porte ilegal de arma de fogo, roubos e corrupção de menores, com presença marcante no bairro de São Gonçalo do Retiro, em Salvador.
Com uma folha corrida que inclui passagens em 2008, 2010 e 2015 por tráfico de drogas e porte ilegal de arma, Pão acumulava um histórico de desafio à lei.
A Operação Terra Livre, que selou o destino de Pão, foi uma ação conjunta das forças de segurança, contando com o apoio da Marinha do Brasil. Esta grande ofensiva mobilizou cerca de 70 efetivos entre policiais federais, militares e civis, com o objetivo de desmantelar a facção criminosa da qual Pão fazia parte.
A operação contou com um reforço considerável, incluindo embarcações da Marinha e aeronaves da PM, como helicópteros e drones. Além da ação em Ilha de Maré, a operação visou também propriedades na Região Metropolitana de Salvador (RMS), identificadas como bases operacionais do grupo criminoso.