O pastor Luiz de Jesus, líder da igreja evangélica Catedral da Família, em Palmas, está sendo investigado pelo Ministério Público do Tocantins após a viralização de um vídeo nas redes sociais. O conteúdo, divulgado em 27 de novembro pelo perfil oficial da igreja, mostra o pastor realizando uma prática descrita como “cura gay” em uma adolescente de 13 anos. Nas imagens, o religioso afirma estar “tirando o demônio” do corpo da jovem.
No vídeo, que teve ampla repercussão antes de ser excluído, o pastor segura a cabeça da menina, ajoelhada e acompanhada por seus pais, enquanto declara: “Um demônio que gritou e disse: ‘Muda seu sexo’. Mas a vontade é cortar o cabelo e deixar igual ao meu. Jesus gritou na minha alma: vai casar com homem, vai ter filhos. A partir de hoje vai se vestir igual mulher”. A publicação foi removida após críticas intensas nas redes sociais, mas gerou denúncias formais.
Em resposta, Luiz de Jesus negou que sua ação tenha qualquer relação com discriminação e afirmou que o vídeo foi mal interpretado. Ele alegou que o trecho viralizado não mostra o contexto completo e que a expressão “demônio” referia-se a uma suposta perturbação no quarto da adolescente, onde ela enfrentava dificuldades para dormir. “Não tem nada a ver com homossexualidade. O demônio estava no quarto dela, tirando sua paz”, declarou o pastor.
A denúncia foi realizada pelo Coletivo SOMOS, que também protocolou queixa sobre um vídeo em que o pastor aparece orientando uma idosa a vomitar em um balde, alegando que isso estaria “expulsando um câncer“. O grupo argumenta que as ações do pastor infringem normas constitucionais, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Código Penal. O Ministério Público confirmou o recebimento das denúncias e informou que elas estão sob análise.