Perícia particular: Família procura respostas para a morte de Mãe Bernadete e inicia investigação autônoma

Filho de líder quilombola contrata perícia particular

SIMÕES FILHO, RMS – Em um movimento por justiça e transparência, a morte da líder quilombola e religiosa Mãe Bernadete Pacífico, ocorrida em agosto deste ano, volta a ocupar as atenções. O único filho sobrevivente da ialorixá, Jurandir Patrocínio, deu um novo passo ao contratar uma perícia particular, visando desvendar os contornos nebulosos que ainda rondam o assassinato.

Cerco de silêncio e a sombra de um crime anterior

Enquanto os netos de Mãe Bernadete testemunhavam, dois indivíduos adentraram a propriedade vizinha ao terreiro de candomblé liderado pela vítima. A determinação da família em buscar respostas independentes vem na esteira do inacessível inquérito policial. Hédio Silva Jr., advogado de renome, foi o escolhido para acompanhar o caso. A iniciativa é reflexo da preocupação com a morosidade e possíveis impasses judiciais, como os enfrentados após o assassinato de Binho do Quilombo, irmão de Jurandir e outra vítima da violência na região, em 2017.

A resposta das autoridades e o legado de Mãe Bernadete

Um mês após o brutal acontecimento, no dia 18 de setembro, três suspeitos foram detidos, conforme anúncio do secretário Marcelo Werner. Entre eles, aponta-se um possível executor do assassinato. A liderança e o legado de Mãe Bernadete, figura proeminente da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq) e ex-Secretária da Igualdade Racial de Simões Filho, permanecem como farol para a comunidade que busca justiça e a preservação de sua cultura.

Um símbolo da resistência cultural

O quilombo sob a gestão de Mãe Bernadete figura entre as comunidades oficializadas pelo último Censo Quilombola do IBGE. A morte da líder não apenas reacendeu o luto pelo assassinato de seu filho, Binho do Quilombo, mas também agitou um clamor popular e de autoridades pela defesa dos direitos quilombolas.

Redação do Portal ChicoSabeTudo.