A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quarta-feira, 13, uma operação para desarticular a organização criminosa conhecida como "Bonde do Maluco", que tem como principal atividade o tráfico de drogas. Bando é conhecido por aterrorizar alguns bairros de Salvador.
São cumpridos 13 mandados de prisão preventiva em diversos municípios baianos e também no Mato Grosso do Sul.
De acordo com a PF, a ação batizada de "Sapucaia" é resultado de investigações realizadas entre fevereiro e dezembro de 2015. Neste período, foram apreendidas aproximadamente 6,5 toneladas de maconha.
A maior apreensão ocorreu em 11 de maio, no município de Correntina, na Bahia, onde foi apanhado 3.740 kg da droga, que estava sendo transportada em um caminhão. Na ocasião, foram presos os principais chefes da quadrilha, além de outros dois traficantes.
Agora, a quadrilha é liderada por um conhecido assaltante de bancos do estado que, atualmente, está na cidade de Coronel Sapucaia, no Mato Grosso do Sul, fronteira com o Paraguai. Por esta razão, a operação foi nomeada de Sapucaia. De lá, o grupo mandava grandes quantidades de entorpecentes para abastecer o tráfico na Bahia.
Os envolvidos serão indiciados pela prática dos crimes nos artigos 33 e 35 da lei 11.343/06 (Lei de Drogas) e ficarão à disposição da Justiça Estadual.
Terror e pânico
O "Bonde do Maluco" (BDM), em várias localidades de Salvador e do interior da Bahia, é sinônimo de pânico. E isso porque os 'maloqueiros", como se intitulam os integrantes do bando, ampliaram a atuação no estado nos últimos tempos impondo o medo e o terror por conta da disputa – principalmente contra a facção "Katiara" – por novos territórios.
Diversos crimes já foram registrados provenientes dessa guerra, como assassinatos. Em fevereiro, Jucimara Soares da Silva, 23 anos, foi executada com mais de 13 tiros por pessoas do grupo rival ao BDM. E a ousadia dos criminosos vai além. Para demonstrar que "domina o pedaço" é feita uma pichação da sigla BDM em muros das periferias.
O "Bonde do Maluco" surgiu nos pavilhões do Presídio de Salvador, no complexo prisional da Mata Escura, para dar continuidade ao "legado" da facção "Caveira". De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o objetivo da quadrilha é ampliar a área de atuação dos "caveiras" em alguns pontos estratégicos do tráfico de Salvador, como no Subúrbio e em Cajazeiras, e na região metropolitana.