PF destrói ponte ilegal em terra indígena no Pará para proteger área

Polícia Federal destrói ponte clandestina em Terra Indígena Apyterewa, Pará, bloqueando acesso de invasores e protegendo o território.

- Foto: Polícia Federal

A Polícia Federal (PF) realizou a destruição de uma ponte clandestina na Terra Indígena de Apyterewa, localizada em São Félix do Xingu, Pará. A ação, que também incluiu a participação da Força Nacional e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), é parte de um esforço mais amplo para expulsar os invasores que praticam garimpo ilegal, desmatamento e pecuária na área.

Os explosivistas da PF executaram a demolição em duas fases, ocorrendo a primeira na quinta-feira e a segunda na sexta-feira seguinte. A estrutura destruída, conhecida como “Bucha do Natanael”, tinha 61 metros de comprimento e 4,6 metros de largura, e estava apoiada em oito pilares de concreto. Esta ponte era o principal acesso à região da Terra Indígena.

De acordo com informações do Centro de Monitoramento Remoto da Funai, a área onde se encontra a TI Apyterewa é a que sofreu o mais alto nível de desmatamento na Amazônia entre 2019 e 2022. Estes problemas começaram na década de 1980, com a chegada dos primeiros invasores.

Em uma decisão recente de 2023, o ministro Luís Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal (STF) emitiu uma ordem para a retirada dos invasores e das criações de gado, solicitando também a inutilização das estruturas de fazendas e a destruição das pistas de pouso existentes na área.

O povo Parakanã, residente em 22 aldeias dentro da Terra Indígena, era constantemente perturbado pelo ruído das serras, pela contaminação do Rio Xingu com rejeitos de mineração e pelo intenso tráfego de caminhões carregando toras de madeira, junto com a criação ilegal de gado.

Adicionalmente, em março, uma decisão assinada por Barroso, com prazo de execução de até 180 dias, exige a regulamentação do poder de polícia aos servidores da Funai, indicando quais poderão portar armas e quais atuarão na fiscalização de infrações. Esta medida faz parte de uma ação que tramita no Supremo desde 2021, focada no plano de desintrusão de terras indígenas e na proteção dos direitos dos povos indígenas.