A Polícia Federal em Alagoas (PF) realiza nesta segunda-feira (12) uma operação, denominada "Terra Prometida", contra suspeitos de fraldar benefícios de aposentadoria por idade rurais, pensões por morte rurais e salários maternidade rurais.
Estão sendo cumpridos 24 mandados judiciais, sendo três de prisões temporárias e 21 de busca e apreensão, nos municípios de Delmiro Gouveia, Água Branca e Canapi.
Segundo a PF, as investigações iniciaram em 2016, após denúncias recebidas pela Coordenação-Geral de Inteligência Previdenciária (COINP) da Secretaria de Previdência, que realizou levantamento das irregularidades desde o ano de 2012.
O grupo criminoso vinha atuando há pelo menos cinco anos e era formado por dois servidores públicos, como também por dirigentes sindicais e intermediários.
Segundo os levantamentos iniciais, estima-se que, em 21 benefícios obtidos fraudulentamente, o esquema criminoso tenha provocado um prejuízo de mais de R$ 500 mil aos cofres públicos. No entanto, os valores podem atingir a cifra de mais de R$ 2 milhões após análise do material.
A PF estima que a desarticulação da quadrilha, haverá uma economia de mais de R$ 3 milhões em valores que seriam pagos futuramente aos supostos beneficiários.
As pessoas presas serão levadas para a sede da Polícia Federal em Maceió, onde serão indiciadas por estelionato cometido contra entidade de direito público, inserção de dados falsos no sistema de informações, formação de quadrilha, cujas penas somadas chegam a 14 anos de reclusão.
A operação conta com a participação de mais de 80 policiais federais e de servidores da Secretaria de Previdência.
A Operação foi denominada "Terra Prometida" em alusão aos dirigentes sindicais e intermediários que prometiam contratos de comodato rural e declaração de atividade rurícola para pessoas que nunca laboraram nas propriedades informadas nos referidos documentos, em troca de favorecer os mesmos com benefícios rurais.
A Polícia Federal em Alagoas confirmou em entrevista coletiva que as fraudes investigadas na operação "Terra Prometida" tinham participação de funcionários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e de sindicalistas, além de proprietários rurais. Três pessoas foram presas, mas os nomes delas não foram divulgados.
De acordo com a PF, o esquema levou à concessão de ao menos 21 benefícios ilegais, entre aposentadoria rural por idade, pensões por morte rurais e salários-maternidade rurais, gerando um prejuízo de cerca de R$ 600 mil.
Os policiais prenderam dois servidores da agência do INSS em Delmiro e uma outra pessoa em Canapi, que intermediava o esquema.
(Foto: Ascom/PF)