A Polícia Federal levanta suspeitas acerca de uma denúncia anônima apresentada à Polícia Civil do Rio de Janeiro, conectando os ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio Queiroz à investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco. Esta informação veio à tona por meio de um relatório da Polícia Federal publicado pela Folha de S. Paulo.
O relatório indica que a denúncia emergiu logo após o então chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, informar a Chiquinho e Domingos Brazão sobre a perda de controle da investigação. Tanto Rivaldo quanto os irmãos Brazão, presos sob a acusação de serem os mandantes do crime, negam participação no assassinato. A PF também deteve o chefe da Polícia Militar por supostamente colaborar no planejamento do crime e interferir na investigação. Giniton Lages, que liderou a fase inicial do inquérito, foi objeto de mandados de busca e apreensão e indiciado por supostamente atrasar a investigação intencionalmente.
Registrada na Divisão de Homicídios (DH) no dia 15 de outubro de 2018, sete meses após a morte de Marielle Franco, a denúncia anônima incluiu detalhes do crime. Uma pessoa ligou para a DH revelando que um ex-PM, conhecido como Lessa, era um dos assassinos, acrescentando que o outro envolvido era um bombeiro militar.
O documento da denúncia contém contradições, especialmente quando comparado com a ação inicial tomada por Giniton Lages. Ao receber a denúncia, Lages solicitou uma investigação usando os nomes “Lessa” e “Maxuel”, sendo que o segundo nome não estava mencionado na denúncia. Maxwell Simões Corrêa foi mais tarde acusado de ter adquirido, e posteriormente se desfeito, do carro usado no crime.