Em Goiás, sete policiais militares foram denunciados pelo Ministério Público do Estado (MPGO) por tortura e tentativa de homicídio contra um major durante o 12º Curso de Operações Especiais do Bope, realizado na Base Aérea de Anápolis em outubro de 2021. As informações foram confirmadas pela Corregedoria da Polícia Militar de Goiás (PMGO).
Segundo o inquérito, o major, que não teve o nome divulgado, foi submetido a torturas intensas com varas, pedaços de madeira e açoites de corda ao longo de três dias, durante um segmento do curso denominado “Momento Pedagógico”. As agressões foram tão severas que o major desmaiou, entrou em coma e necessitou de intubação e internação em unidade de terapia intensiva (UTI).
Além disso, os policiais tentaram ocultar o ocorrido, simulando que o major estava internado devido a complicações por Covid-19, chegando a manipular informações médicas. Ele foi inicialmente levado ao Hospital de Urgências de Anápolis (Huana) com lesões neurológicas graves e rabdomiólise, sendo posteriormente transferido para o Hospital Santa Mônica, em Aparecida de Goiânia, sob a supervisão de um coronel médico que também participava do curso.
A família do major foi mantida desinformada sobre sua condição até que, por meio de um conhecido, a esposa do major, uma promotora de Justiça, foi avisada de sua internação. Confrontando o médico coronel, ela descobriu a gravidade da situação e a falsa alegação de infecção por Covid-19. A esposa então transferiu o major para o Hospital Anis Rassi, em Goiânia, onde ele foi tratado adequadamente, recebendo alta em 27 de outubro daquele ano, embora tenha sido readmitido pouco depois devido a uma infecção.
O Ministério Público, após investigações, denunciou os envolvidos por tentativa de homicídio e tortura, solicitando o afastamento de suas funções e o recolhimento de seus armamentos. A denúncia ainda aguarda julgamento pelo Judiciário. A Polícia Militar de Goiás declarou que colabora com as autoridades judiciais e reafirma seu compromisso com a lei. Os acusados ainda não foram punidos adequadamente, e os representantes legais têm evitado comentar sobre o processo, que segue em segredo de justiça.