O ex-médico Lauro Estevão Vaz Curvo foi identificado como o responsável pelo incêndio que resultou na morte de sua própria mãe, Zely Alves Curvo, de 94 anos. O inquérito da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) confirmou que Lauro iniciou o fogo na maca onde a idosa estava deitada, descartando hipóteses de causas naturais ou acidentes elétricos. O laudo pericial no apartamento, localizado no Residencial Monet em Águas Claras, concluiu que o incêndio foi provocado intencionalmente.
De acordo com as investigações conduzidas pela 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul), Lauro morava sozinho com sua mãe e deixou o apartamento no momento em que o incêndio começou a se espalhar. O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) encontrou muita fumaça e chamas visíveis ao chegar no local, conseguindo confinar o fogo ao quarto devido à rápida intervenção. No cômodo, os socorristas encontraram o corpo carbonizado da idosa.
Lauro, preso temporariamente desde 14 de junho, agora enfrenta prisão preventiva e foi indiciado por feminicídio triplamente qualificado – motivo torpe, uso de fogo e recurso que impossibilitou a defesa da vítima – além de fraude processual. Se condenado, pode pegar entre 12 e 30 anos de prisão.
Desde um acidente vascular cerebral (AVC) em janeiro de 2024, Zely estava incapacitada de se mover e passava o dia deitada na maca que se tornou o ponto inicial do incêndio. Familiares relataram ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) que, até o final de 2021, Zely vivia sozinha. Lauro a levou para o apartamento em Águas Claras, cortando seu contato com outros familiares ao trocar o número de celular e desativar o telefone fixo.
Testemunhas contaram à PCDF que Lauro deixava a mãe sozinha por longos períodos e não pagava por cuidadores. Ele gerenciava os recursos financeiros dela, usando o dinheiro para despesas pessoais. As investigações revelaram que Lauro foi a última pessoa a sair do apartamento após o início do incêndio e que voltou ao local pelo menos três vezes depois do ocorrido, mesmo com a área sinalizada para preservação da cena do crime.
A primeira visita de Lauro ao apartamento após o incêndio foi na noite do mesmo dia, quando retirou diversos objetos. Em 1º de junho, ele retornou e permaneceu por cerca de uma hora e meia. Nos dias 2 e 3 de junho, voltou novamente para modificar o espaço, de acordo com a PCDF.