A Polícia Civil investiga a morte de Jorge Jesus dos Santos, conhecido como Jorjão Quebra Pedra, 47 anos, ocorrida na manhã da última terça-feira, 11 de março, em Ribeira do Pombal, nordeste da Bahia. A apuração, coordenada pela Delegacia Territorial da cidade, conta com o apoio da Coordenação Regional de Euclides da Cunha, da Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe Nordeste) e da Guarda Civil Municipal.
O delegado Thiago Alves Cunha afirmou que nenhuma linha de investigação está descartada neste momento. Segundo ele, as diligências estão adiantadas quanto à identificação da autoria do crime, embora detalhes ainda não possam ser divulgados para não comprometer as investigações. “É prematuro, por ora, restringir a motivação do crime a uma só suspeita. Mas já temos elementos informativos nesse sentido”, disse.
Ainda de acordo com o delegado, há a hipótese de que Jorjão tenha se aliado à facção criminosa CP-Katiara como forma de vingança pela morte de seu filho e de outros familiares, supostamente assassinados por integrantes do grupo rival Bonde do Maluco (BDM-Caveira), em 2016.
“Não participei dessas investigações. Mas, acredito nesse envolvimento [dos familiares] e num posterior envolvimento de Jorjão com a Katiara para vingar a morte do filho”, afirmou Cunha.
Jorjão era réu em ação penal por tentativa de homicídio contra Micael Jackson de Jesus Santos, suposto integrante do BDM, em setembro de 2017, no bairro Pombalzinho. Segundo os autos, ele invadiu a casa da vítima com o apoio de um comparsa, houve troca de tiros e ele acabou baleado no tórax. À época, alegou que havia sido atingido na porta da casa da mãe. Ele foi preso meses depois com um revólver calibre 38 e libertado após decisão judicial por excesso de prazo no processo. O julgamento, inicialmente marcado para novembro de 2024, foi adiado para setembro de 2026.
Além disso, em junho de 2023, ele foi autuado por posse ilegal de arma de fogo. Na ocasião, policiais apreenderam em sua residência uma espingarda de fabricação artesanal, uma faca, duas máscaras de caveira e uma peruca de cabelo artificial.
Jorge era famoso por suas lutas de MMA, a execução ocorreu por volta das 8h da manhã, na movimentada Avenida Pedro Rodrigues da Conceição. Imagens de câmeras de segurança mostram que os criminosos, trajando uniformes de uma empresa e utilizando uma motocicleta, seguiram o carro da vítima. O garupa sacou duas armas e fez vários disparos à queima-roupa, enquanto o condutor também atirou. Após o crime, ambos fugiram do local sem deixar pistas. O corpo de Jorjão foi encaminhado ao Instituto Médico Legal de Euclides da Cunha, onde aguardava liberação até a noite de terça-feira.