A Polícia Militar de Salvador afastou um sargento do corpo, investigado por supostas práticas de cobrança de propina a mototaxistas na região de Periperi. A denúncia, confirmada pela corporação, aponta que os mototaxistas eram obrigados a pagar R$ 100 semanalmente aos policiais.
O mototaxista Luís Daniel foi um dos denunciantes e relatou ter sido agredido por policiais após se recusar a pagar a quantia exigida. Segundo ele, o episódio aconteceu na quarta-feira (14), quando, após perceber a intimidação dos policiais, decidiu ir para casa. Ele afirma ter sido perseguido em uma viatura da 18ª Companhia Independente da Polícia Militar, e que os agentes dispararam três vezes na sua direção, embora não tenha sido atingido.
Ao chegar em casa, Luís Daniel foi agredido com socos, mas conseguiu entrar no imóvel antes que os policiais conseguissem invadir. Ele relatou que os agentes quebraram o cadeado da residência e entraram sem mandado de prisão, afirmando ter sofrido agressões adicionais, incluindo coronhadas e chutes.
O comandante da 18ª CIPM, major João Daniel, declarou que o caso está sendo investigado e que, segundo a polícia, houve denúncias de assaltos envolvendo a motocicleta de Luís Daniel. A família do mototaxista, no entanto, argumenta que as alegações são baseadas em um vídeo antigo, de 2022, que mostra o filho de Luís, Luís Daniel Júnior, supostamente cometendo um assalto. Eles afirmam que a polícia está utilizando essa gravação para justificar a abordagem atual.
Além disso, a família apresentou um vídeo que mostra um policial exigindo a propina dos mototaxistas, identificando o sargento Salomão como o responsável por essas cobranças. A produção de um programa de TV local verificou que a placa do veículo usado por ele tinha restrição de roubo.
A Polícia Militar anunciou que o caso será investigado por meio de um Inquérito Policial Militar (IPM), com a coleta de depoimentos e evidências para esclarecer os fatos.