São Paulo — Um ex-professor de uma escola estadual em Parelheiros, na zona sul de São Paulo, é investigado por ter ameaçado um aluno autista de 12 anos com um cinto dentro da sala de aula. O incidente, ocorrido em 14 de junho, foi testemunhado por dois outros funcionários da escola. Imagens que comprovam a ameaça vieram a público nesta semana.
Detalhes do incidente
De acordo com Patrícia, mãe do aluno, seu filho é acompanhado por um professor auxiliar durante as atividades escolares devido ao seu diagnóstico de autismo. Curiosamente, esse mesmo professor auxiliar estava presente durante o incidente mas não tomou medidas para evitar a hostilidade do colega de profissão.
Em um relato à TV Record, Patrícia descreveu como seu filho estava visivelmente abalado após o incidente. “Estava diferente. Estava sem voz, nervoso, pálido. Não falava coisa com coisa, estava muito confuso”, afirmou.
Omissão da escola
Patrícia só ficou ciente do ocorrido depois de ser contatada pela mãe de uma outra aluna que testemunhou a ação e o choro subsequente do menino. Inicialmente, a escola negou que qualquer ameaça tivesse ocorrido. No entanto, imagens de câmeras de segurança internas confirmaram o incidente. Nas imagens, é possível ver o aluno sendo cercado por três funcionários, enquanto um deles, identificado como o professor, faz gestos com um cinto.
Consequências e investigações
O caso ganhou repercussão e levou ao afastamento do professor, identificado como Luiz Carlos Reis. Ele está sendo investigado pelo 25º DP (Parelheiros) por ameaça e injúria. O Estatuto da Criança e do Adolescente também está sendo aplicado no caso, considerando o aluno menor de idade.
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) declarou em nota que “repudia toda e qualquer forma de incitação à agressão ou ameaça, dentro ou fora do ambiente escolar”. Informou ainda que está em andamento uma apuração preliminar sobre a conduta do professor.
O aluno não quer mais voltar à escola devido ao trauma. Patrícia, que é doméstica e mãe solteira, enfrenta agora o dilema de não poder trabalhar, colocando em risco a manutenção de sua casa.
Espaço para manifestações
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) foi procurada para dar mais detalhes sobre as investigações, mas ainda não retornou. A direção da escola e a Diretoria de Ensino Sul 3 também estão à disposição para esclarecimentos.