As buscas por vítimas e sobreviventes da tragédia provocada pelo rompimento de uma barragem da mineradora Vale em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, foram retomadas na manhã desta segunda-feira (28). O balanço oficial mais recente, divulgado pelas autoridades às 10h30, lista 60 mortes e 292 desaparecidos.
Números da tragédia
60 mortos confirmados – 19 identificados
292 desaparecidos
382 localizados
192 resgatados
A barragem de rejeitos, que ficava na mina do Córrego do Feijão, se rompeu na sexta-feira (25). A lama varreu a comunidade local e parte do centro administrativo da empresa. Entre as vítimas, estão moradores e funcionários da Vale.
As equipes lideradas pelo Corpo de Bombeiros de Minas Gerais adotam diferentes estratégias para localizar sobreviventes e vítimas. Aos poucos, a lama fica mais sedimentada – ou seja, menos fofa. Por isso, as equipes precisam tomar cuidados para não colocar em risco os possíveis sobreviventes nem os próprios bombeiros.
Eles afirmam que o tempo firme desta segunda permite que os trabalhos sejam agilizados. Além disso, helicópteros estão sendo utilizados para resgatar corpos.
Neste quarto dia de buscas, 136 militares de Israel vão reforçar os trabalhos de resgate. As tropas – que se juntam a cerca de 270 brasileiros de vários órgãos que atuam na região – já estão no local da tragédia e levaram para lá equipamentos que podem detectar corpos e sinais de celulares debaixo da lama.
Buscas
“É um trabalho de formiguinha, são áreas gigantescas”, diz o tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, sobre as buscas.
Os socorristas usam cajados para perfurar a lama em busca de corpos, sobreviventes ou veículos que possam estar soterrados. O trabalho é cansativo. Como a lama está fofa, os pés afundam. Alguns bombeiros usam roupas de mergulho.
Aihara afirmou que o refeitório – onde estavam trabalhadores da Vale no momento do rompimento da barragem – provavelmente foi arrastado pela lama e pode ter ido parar a “até quilômetros à frente”.
Segundo ele, no sábado (26) foi determinado o local onde ficava uma pousada em Brumadinho. A pousada foi varrida de seu ponto original, onde agora “só tem lama”. Estima-se que, lá, havia 35 pessoas.
Ainda de acordo com o porta-voz dos bombeiros, não está definido por quanto tempo os israelenses vão atuar na região e que uma reunião deve alinhar os trabalhos.
O coronel que lidera as tropas israelenses que ajudam nos trabalhos, Golan Vach, afirmou que a prioridade é encontrar pessoas com vida. Ele explicou que sonares serão usados para tentar localizar vítimas. Segundo ele, os equipamentos conseguem achar corpos que estejam a até 4 metros de profundidade.
Em entrevista na manhã desta segunda, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, afirmou que o apoio dos militares de Israel vai “aumentar muito a chance de encontrar novos sobreviventes” e dar mais “agilidade para encontrar vítimas”.
O governador disse que a preocupação é achar os sobreviventes e vítimas e que “donativos não tem feito diferença para melhor”.