São José da Tapera se une contra o feminicídio: a história de Mônica Cristina

Feminicídio de Mônica Cristina mobiliza São José da Tapera para ação de protesto.

No último domingo (25), centenas de pessoas ocuparam as ruas de São José da Tapera, no Sertão de Alagoas, em uma caminhada de protesto contra o feminicídio. O ato público, marcado pela emoção e pela indignação, foi convocado em resposta ao trágico assassinato de Mônica Cristina Gomes Cavalcante Alves, ocorrido na madrugada do dia 18.

Organizada por movimentos feministas de Alagoas, a manifestação se sucedeu à missa do sétimo dia em memória da vítima. O clima de tensão na cidade fez com que o protesto contasse com a escolta de três viaturas da Patrulha Maria da Penha.

Os manifestantes portavam cartazes com a inscrição “Mônica Presente”, ecoando a dor e a resistência da mulher que, segundo as investigações, foi brutalmente assassinada pelo próprio marido, Leandro Pinheiro Barros, atualmente foragido.

Durante o ato, os participantes traçaram os últimos passos de Mônica no dia de sua morte, desde que deixou uma festa após uma discussão com o marido, até o local de seu brutal assassinato – a calçada do fórum da cidade, próximo à residência do casal.

A jornalista Lenilda Luna, do Movimento de Mulheres Olga Benário, destacou a importância do protesto: “Estamos aqui não apenas para pedir justiça para Mônica e a prisão e punição do assassino, mas também por todas as mulheres vítimas de feminicídio em Alagoas. Só este ano já foram 13 casos.”

As evidências da violência sofrida por Mônica emergiram quando um vídeo gravado por ela mesma antes de sua morte veio à tona. Na gravação, Mônica revela estar sofrendo violência física e psicológica nas mãos de Leandro, a quem atribui a responsabilidade caso algo lhe acontecesse.

O delegado Diego Nunes, responsável pelo caso, afirmou que Mônica e Leandro, juntos há dez anos e pais de dois filhos, teriam discutido na festa devido a ciúmes. Após a briga, Mônica saiu do local e gravou o vídeo em questão. Chegando em casa, um novo conflito teria começado, resultando em Leandro atirando contra Mônica.

Leandro Barros, filho de um sargento da Polícia Militar de Sergipe, é também suspeito de envolvimento com roubos a bancos, segundo informações policiais.