Um soldado da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), identificado como Danilo Martins, de 34 anos, foi hospitalizado por seis dias, incluindo quatro em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), após ser agredido durante um treinamento. Martins sofreu de rabdomiólise, uma condição em que a ruptura das fibras musculares libera toxinas que podem causar insuficiência renal.
O soldado relatou ter sido submetido a intensa violência física durante oito horas por 14 PMs. “Eles cansaram de me bater”, disse ele, descrevendo como foi constantemente agredido por múltiplos instrutores. Martins também mencionou que inicialmente pensou estar sendo testado para avaliar sua resistência, mas logo percebeu que se tratava de uma situação de tortura, especialmente quando teve dificuldades para respirar.
Além dos traumas físicos, os exames indicaram que Martins acabou com uma lesão cerebral que prejudica sua visão e audição. Ele expressou desalento com a situação e afirmou que não pretende mais vestir a farda da PMDF.
Em resposta às acusações, a PMDF emitiu uma nota afirmando que não tolera desvios de conduta dentro da corporação. Por outro lado, o advogado Marcelo Almeida, que representa 12 dos 14 policiais militares envolvidos no episódio, declarou que seus clientes não foram notificados para prestar esclarecimentos sobre o caso, tanto pelo Departamento de Controle e Correição da PMDF quanto pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Almeida destacou que a defesa buscará apresentar as versões dos PMs aos tribunais para esclarecimento dos fatos.