Uma missão liderada pela Polícia Federal (PF) decolou de Brasília para o Suriname na manhã de 22 de agosto, com caixas destinadas a abrigar 29 araras-azuis-de-lear. Contudo, o avião retornou no dia seguinte com apenas cinco das aves. O paradeiro das outras 24 araras, roubadas de um depósito governamental surinamês, ainda é desconhecido.
O episódio ocorreu às vésperas do período reprodutivo dessas aves, o que aumenta a atração para traficantes de animais. As araras-azuis-de-lear são uma espécie em risco de extinção, com uma população estimada de 2,2 mil aves vivendo em liberdade no Raso da Catarina, Bahia.
A Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas) já cobrou investigações ao Ministério Público Federal. Segundo a Renctas, o tráfico dessas araras alimenta um mercado ilegal milionário, onde cada ave pode ser vendida por até R$ 200 mil a colecionadores.
O procurador responsável pelo caso na Bahia informou que as investigações estão em “estágio inicial” e não liberou mais informações.
As cinco araras resgatadas estão atualmente em quarentena na Estação Quarentenária de Cananeia, em São Paulo, sob a supervisão do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Testes genéticos futuros determinarão a origem dessas aves, se foram retiradas de cativeiros ou da natureza.