A comemoração do 2 de julho, o Dia da Independência da Bahia, é mais do que uma data no calendário. É uma tradição, enraizada em famílias, que continua a ensinar às novas gerações sobre o papel crucial da Bahia na luta pela independência do Brasil.
No último domingo, milhares de famílias acordaram cedo para a celebração anual, que começou antes mesmo das 7h da manhã. O foco do dia é o cortejo, que começa às 9h, com a população se reunindo para homenagear o Caboclo e a Cabocla, figuras simbólicas da resistência do povo baiano.
Entre a multidão, encontramos Ednalva Carneiro, 55 anos, que estava lá para passar a tradição para a próxima geração. Acompanhada de seus três netos, ela compartilhou histórias da luta pela independência e a importância do cortejo.
O desfile faz um percurso histórico que rememora a entrada vitoriosa do exército libertador em Salvador após a expulsão definitiva dos portugueses em 1823. Mas o verdadeiro sentimento de celebração só se estabeleceu em 1828, quando o carro do Caboclo foi introduzido no desfile, marcando a participação crucial do povo na vitória sobre os invasores.
Nessa celebração, a figura de Maria Quitéria é de grande importância. Ela é lembrada por seu valor inestimável na luta pela independência, disfarçando-se de homem para lutar nas batalhas. Céliah Zain, uma cantora lírica de 53 anos, honra Maria Quitéria todos os anos, lembrando a todos da contínua luta pela liberdade.
Esta celebração é também uma homenagem aos povos indígenas, que desempenharam um papel significativo na independência. O grupo “Os Guaranis”, com cerca de 40 membros, liderou o cortejo, mantendo viva a tradição dos nativos da Ilha de Itaparica.
Além das celebrações, o 2 de julho é também uma plataforma para reivindicações de diferentes categorias que aproveitam a presença dos políticos no evento. Professores, enfermeiros, ativistas do movimento negro e associações que representam pessoas com autismo marcaram presença.