Lula se ausenta da Marcha para Jesus, deixando o campo para outros políticos
O líder da bancada evangélica na Câmara dos Deputados, Eli Borges (PL-TO), criticou a recusa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em participar da Marcha para Jesus, marcada para ocorrer na capital paulista nesta quinta-feira, 8 de junho, dia de Corpus Christi. Borges alega que Lula não compreende a importância do segmento evangélico no Brasil.
Mesmo convidado pela organização do evento, Lula optou por enviar uma carta em que agradece o convite e designa a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) e o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, como seus representantes.
De acordo com a Datafolha, a base evangélica que representa 26% da população nacional em julho de 2022, aumentou para 39% da rejeição ao presidente petista em abril deste ano. Borges sugere que Lula “precisa rediscutir o conceito do povo evangélico” considerando a importância deste segmento.
A importância da Marcha para Jesus no cenário político
Tradicionalmente, a Marcha para Jesus, que ocorre em São Paulo desde 1993, reúne políticos conservadores e da direita política brasileira. Mesmo tendo uma premissa ecumênica, a marcha tornou-se palco político para líderes como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que foi presença constante em várias edições do evento em diversas cidades do país.
Na esteira de Bolsonaro, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP), ex-ministro e pré-candidato à prefeitura de São Paulo em 2024, confirmou presença no evento. Outro nome de destaque que deve comparecer à passeata é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que também foi convidado pelo apóstolo Hernandes.
Apesar da oportunidade que a Marcha proporciona para políticos, o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), optou por não comparecer ao evento, alegando ter uma viagem marcada para o feriado de Corpus Christi.
Reações à ausência de Lula na marcha
As declarações de Eli Borges sobre a ausência de Lula na Marcha para Jesus refletem uma tensão contínua entre o presidente e o segmento evangélico. Questionado sobre as declarações de Borges, Lula reiterou os termos da carta enviada à organização do evento, destacando sua admiração e respeito pela Marcha, mesmo nunca tendo comparecido pessoalmente.
Esta reportagem reflete a visão crítica de Borges sobre a abordagem de Lula aos evangélicos, a importância da Marcha para Jesus no cenário político e a presença (e ausência) de figuras políticas importantes no evento.