A advogada Juliana Bierrenbach, que atuava na defesa de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) nas investigações sobre rachadinha durante seu mandato como deputado estadual no Rio de Janeiro, afirmou não entender a razão para a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro em uma reunião sobre o caso. Bierrenbach se afastou da defesa de Flávio em abril de 2022.
Na última segunda-feira (15), o ministro Alexandre de Moraes retirou o sigilo de uma gravação em que Jair Bolsonaro, junto com Alexandre Ramagem, então chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), discutia estratégias para proteger Eduardo Bolsonaro da investigação sobre rachadinhas.
Segundo a advogada, ela viajou a Brasília para protocolar petições referentes ao caso, todas elas negadas. “Fui a Brasília protocolar formalmente uma petição no GSI sobre suspeitas de irregularidades na Receita Federal”, declarou.
Bierrenbach revelou que sua pesquisa indicou práticas recorrentes de ilegalidades por auditores fiscais, que supostamente escolhiam inimigos ou desafetos para investigar e perseguir. “Desconfiei, pela similaridade do caso que eu atuava, que o Flávio Bolsonaro havia sido vítima deste método ilegal. Imaginei que isso era uma prática recorrente na Receita e deveria ser apurada”, ressaltou.
Em nota, Flávio Bolsonaro afirmou que a gravação revela apenas suas advogadas comunicando suspeitas de que um grupo agia com interesses políticos dentro da Receita Federal para prejudicar sua família. “O próprio presidente Bolsonaro fala na gravação que não ‘tem jeitinho’ e diz que tudo deve ser apurado dentro da lei. E assim foi feito”, concluiu o senador.