Anderson Torres permanece preso após audiência de custódia

Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, foi à audiência de custódia determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, esta tarde. A audiência estava agendada para as 12h30, no quarto batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, em Guará. Este município fica a aproximadamente 10 quilômetros de Brasília, onde Torres permanece detido.

Conforme o Metrópoles, Torres seria transferido para a Papudinha, presídio militar situado na Penitenciária do Distrito Federal (PDF1), mas, após o cumprimento dos procedimentos legais, Torres permaneceu detido no quartel da Polícia Militar no Guará II.

A audiência foi realizada por videoconferência, de acordo com despacho de Alexandre de Moraes, obtido pela Agência Brasil, e teve como presidente o desembargador Aírton Vieira, magistrado instrutor do ministro do STF.  O delegado da Polícia Federal Torres chegou ao aeroporto de Brasília às 7h25, vindo de um voo comercial que saiu de Miami às 23h30 de ontem (13). Logo após a chegada, vários carros da Polícia deixaram o aeroporto, mas o paradeiro do ex-ministro só foi revelado quase duas horas depois, às 10h30.

Denúncias

Na última terça-feira (10), o ex-ministro teve a prisão determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, a pedido da Polícia Federal (PF). Na quarta (11), a corte confirmou a decisão, 9 a 2.

Anderson Torres está sendo acusado de omissão e facilitação dos atos terroristas em Brasília, no último domingo (8), que culminaram na invasão do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do STF.

A encrenca de Torres aumentou quando a Polícia Federal achou, em sua residência, um rascunho de um decreto de estado de defesa que deveria ser cumprido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O ex-ministro nega ter participado da tentativa de golpe de Estado. Quando a opinião de Moraes foi revelada, Torres anunciou, nas redes sociais, que se renderia. Sobre a minuta encontrada na sua residência, ele afirmou que o documento foi “vazado fora do contexto”.

Ainda não está claro se Torres irá para a prisão logo após a audiência, como acontece com os outros detentos após os atos terroristas em Brasília no último domingo (14), ou se ele permanecerá no 4º BPM.

Golpe

Após Lula ganhar a eleição no segundo turno, em outubro, os seguidores de Bolsonaro mostraram-se insatisfeitos com o resultado das urnas e pediram um golpe militar para derrubar o governo, escolhido de forma democrática. Os últimos meses tiveram acampamentos em vários quartéis e terminaram com a invasão das sedes dos três poderes, no domingo.