Em uma impactante reviravolta para a política equatoriana, o candidato à presidência do Equador, Fernando Villavicencio, foi tragicamente assassinado após sair de um comício em Quito na última quarta-feira.
O impacto direto na política
Villavicencio, antes jornalista e posteriormente deputado federal entre 2021 e 2023, estava classificado em 5º lugar nas pesquisas de intenção de voto divulgadas pelo jornal “El Universo”. Ele tinha como pilares de sua campanha a defesa das causas sociais indígenas e dos trabalhadores, herdando sua paixão pela justiça social de sua atuação como líder sindical.
Desafetos políticos e antecedentes
Adicionalmente, Villavicencio tinha uma longa história de adversidade com o ex-presidente Rafael Correa. Em 2014, enfrentou uma condenação de 18 meses por alegações de injúrias contra Correa, relacionadas a um incidente em um hospital policial. Esta controvérsia forçou Villavicencio a buscar exílio no Peru.
A crescente onda de violência
O ambiente político atual no Equador tem sido alarmante, agravado pelo aumento da criminalidade ligada ao narcotráfico. Com um salto na taxa de homicídios – de 18 em 2023 para 25 a cada 100.000 habitantes em 2022 – o assassinato de Villavicencio se junta a uma série de ataques violentos, incluindo a morte de um prefeito e ameaças diretas a autoridades do Conselho Nacional Eleitoral.
Reação do governo
O atual presidente, Guillermo Lasso, condenou fortemente o assassinato e prometeu que o “crime organizado” seria tratado com todo o peso da lei. Em meio à crescente turbulência política, Lasso tomou a drástica medida de dissolver a Assembleia Nacional em maio, citando uma “grave crise política e comoção interna”, preparando o cenário para as eleições gerais antecipadas em 20 de agosto.