Na manhã desta quarta-feira (3), a Polícia Federal (PF) apreendeu celulares pertencentes ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em sua residência no Jardim Botânico, Brasília. A ação faz parte da Operação Venire, que investiga fraudes nos cartões de vacinação contra a Covid-19 de Bolsonaro e seus auxiliares. Seis pessoas já foram presas em decorrência da operação.
Os dispositivos apreendidos serão encaminhados ao Instituto Nacional de Criminalística para perícia, que analisará mensagens, dados e informações – inclusive as que possam ter sido apagadas por Bolsonaro. O ex-presidente confirmou a apreensão de seus celulares e afirmou não possuir senhas de acesso aos aparelhos.
Embora tenha sido chamado para depor à PF ainda nesta quarta-feira, Bolsonaro se recusou a prestar depoimento. A operação investiga a inserção de dados falsos de vacinação da Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde, e a suspeita é de que o secretário de Cultura e Turismo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos Brecha, tenha falsificado a vacinação de Bolsonaro, que alega não ter se imunizado.
A equipe de advogados de Bolsonaro, liderada por Paulo Cunha Bueno e Frederick Wassef, está a caminho de Brasília. Eles pretendem alegar interferência política na operação e sugerir que a PF agiu após eventos recentes favoráveis ao ex-presidente e derrotas do governo em projetos de lei. As investigações em torno das adulterações no cartão de vacinação, no entanto, já estavam em andamento há semanas.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro negou que seu celular também tenha sido apreendido, apesar das afirmações iniciais da PF. Em suas redes sociais, Michelle declarou que apenas o celular de seu marido foi confiscado e que ela foi a única vacinada em sua casa.