A Bahia enfrenta um desafio crítico no saneamento básico que afeta diretamente a saúde de milhões de habitantes. Dados reveladores mostram que 58,8% da população – aproximadamente 8.312.028 pessoas – não possuem coleta de esgoto, um cenário que gera consequências graves para o bem-estar social.
Impactos na Saúde Pública
Os números são alarmantes: em 2022, foram registradas 11.223 internações hospitalares por doenças relacionadas à falta de saneamento. Entre as enfermidades mais comuns estão hepatite, cólera, gastroenterite e diarreia, que vitimaram cerca de 182 pessoas no período.
Especialistas apontam que crianças e idosos são os grupos mais vulneráveis. Segundo Guilhardo Ribeiro, diretor de Assuntos de Saúde Pública da Associação Bahiana de Medicina, “esgoto a céu aberto, lixo acumulado e falta de tratamento são grandes veículos de contaminação”.
Desigualdade Social e Renda
Os dados também revelam um importante marcador social: famílias sem acesso ao saneamento básico têm renda média de R$ 1.275,99, enquanto famílias com saneamento chegam a R$ 2.339,43 mensais. Isso demonstra como a precariedade dos serviços públicos está diretamente ligada à vulnerabilidade econômica.
Perspectivas de Melhoria
A Embasa sinaliza avanços importantes, com investimento de R$ 1,167 bilhão em 2024 e previsão de R$ 10 bilhões nos próximos cinco anos para expandir o saneamento em 368 municípios baianos. Salvador já se destaca, com 99,56% de acesso à água e 96,65% à coleta de esgoto.
Enquanto melhorias não chegam, o conselho é claro: fique atento aos sintomas de doenças hídricas e procure assistência médica em caso de alterações incomuns no seu corpo.