Bahia terá CPI para investigar invasões do MST em propriedades rurais

O deputado estadual Leandro de Jesus (PL) conseguiu as assinaturas necessárias para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) para investigar as ocupações realizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no estado. Segundo o deputado, a CPI visa apurar a legalidade das invasões, bem como as circunstâncias em que elas ocorrem e os interesses por trás dessas ações.

Desde o início do ano, o MST tem realizado diversas ocupações de propriedades rurais privadas tanto na Chapada Diamantina quanto na região Extremo Sul do estado. O alvo principal dos trabalhadores tem sido as empresas que produzem celulose, como a Suzano. Segundo dados do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), já foram registradas 11 invasões de propriedades na Bahia.

Os produtores rurais baianos afirmam que a quantidade de ocupações já superou 40 neste ano. Essas ocupações têm gerado diversas críticas de setores políticos ligados à direita, que apontam um aumento de invasões de propriedades privadas nas zonas rurais desde a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Por outro lado, o MST defende que as ações são necessárias para pressionar o governo a cumprir o papel de promover a reforma agrária e garantir o acesso à terra para as famílias camponesas que não têm onde viver ou trabalhar.

Leandro de Jesus afirma que a CPI é necessária para investigar o real propósito do MST e os financiadores do movimento, bem como a origem dos recursos utilizados nas invasões e as possíveis relações entre os invasores e os proprietários das terras ocupadas. Ele também afirma que a comissão deve verificar as condições de vida dos trabalhadores rurais que vivem nas áreas ocupadas e avaliar se as ações do MST estão de acordo com a legislação em vigor.

A CPI já conta com as assinaturas de 21 deputados, e deve ser protocolada na presidência da AL-BA nas próximas semanas. Uma vez instaurada, a comissão terá poderes para convocar testemunhas, requisitar documentos e realizar diligências para apurar as denúncias.