Às vésperas de mais uma celebração do Dia da Independência, um movimento nas redes sociais tem chamado a atenção: diversos simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro estão incentivando a população a não comparecer aos tradicionais desfiles cívicos de 7 de Setembro. A campanha, intitulada “Fique em Casa”, surpreende pela alusão à mesma recomendação sanitária defendida no início da pandemia, em 2020, e contestada pelo ex-mandatário e seus seguidores à época.
O 7 de Setembro deste ano marca o primeiro da terceira gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente. E, em meio à preparação dos eventos cívicos, as redes sociais das Forças Armadas, incluindo Exército, Marinha e Aeronáutica, têm sido palco de intensas manifestações. A tônica é clara: o boicote aos desfiles. Comentários e imagens são compartilhados com velocidade, amplificando a campanha bolsonarista de não comparecimento.
A campanha “Fique em Casa”, embora remeta à época mais crítica da pandemia, hoje carrega um teor político evidente. Em um movimento paralelo e igualmente intrigante, o senador Flávio Bolsonaro (PL), primogênito do ex-presidente, fez um pedido peculiar em um vídeo divulgado em suas redes sociais: sugere que, em vez de irem ao desfile, os bolsonaristas doem sangue.
Segundo Flávio Bolsonaro, o atual presidente, Lula, estaria “desesperado” com o prospecto de um desfile esvaziado, antevendo um possível “fiasco de público”.
Por sua vez, a gestão Lula parece ter como objetivo reaver o caráter cívico do 7 de Setembro. Membros do governo afirmam que a data foi “sequestrada pelo bolsonarismo” durante os quatro anos anteriores. O governo atual, portanto, tem interesse em retomar o teor patriótico e celebrativo tradicionalmente associado ao evento.