A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em um inquérito que investiga a venda ilegal de joias no exterior, inaugurando um novo capítulo no caso. A partir desta medida, os próximos passos dependem da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Nesta quinta-feira (4/7), a PF enviou o relatório da investigação ao Supremo Tribunal Federal (STF), que, por sua vez, remeterá o documento à PGR. O órgão ministerial analisará as provas e decidirá se denunciará Bolsonaro e outros envolvidos ao STF, se arquivará o caso ou se solicitará novas investigações à PF.
Além do ex-presidente, também foram indiciados o ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque; José Roberto Bueno Jr.; Júlio Cesar Vieira Gomes; Marcelo da Silva Vieira; Marcos Soeiro; e Mauro Cesar Cid. Eles são acusados de se apropriar de dinheiro, valores ou outros bens móveis, públicos ou particulares, que estavam sob sua posse em razão do cargo, desviando-os para benefício próprio ou de terceiros.
Entre os indiciados por lavagem de dinheiro e associação criminosa estão os advogados Fabio Wajngarten e Frederick Wassef; Bolsonaro; Mauro Cesar Cid e seu pai, Lourena Cid; e outros indivíduos.
As investigações da PF apontaram a existência de um esquema de venda de bens recebidos por Bolsonaro de autoridades estrangeiras. Um dos itens investigados é um kit masculino da marca Chopard, contendo caneta, anel, abotoadura, rosário árabe e relógio, recebido pelo então ministro Bento Albuquerque durante uma viagem à Arábia Saudita em outubro de 2021.
Outro conjunto na mira das investigações é um kit de joias, incluindo anel, abotoaduras, rosário islâmico e relógio da marca Rolex, presenteado ao ex-presidente em uma visita oficial à Arábia Saudita em outubro de 2019 e vendido nos Estados Unidos em junho de 2022.