O governo brasileiro deixou claro à Venezuela que não reconhecerá a eleição de Nicolás Maduro sem a divulgação das atas de todas as urnas utilizadas na votação. A decisão foi comunicada em um momento crucial, pois o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela anunciou que iniciou a análise dessas atas, enfatizando que sua decisão será definitiva. No entanto, a interferência constante do regime chavista no tribunal, que já perdeu credibilidade ao apoiar a prisão de opositores do ditador, gera desconfiança quanto à imparcialidade do processo.
Embora o Brasil não tenha se manifestado sobre a atuação do tribunal, reiterou que o reconhecimento da vitória de Maduro está condicionado à transparência das atas. A diplomacia brasileira destacou que não validará documentos divulgados pela oposição, por não serem oficiais, e só considerará legítima qualquer decisão após a publicação de todas as atas, que devem ser submetidas ao escrutínio público, de organizações internacionais e de institutos venezuelanos e estrangeiros.
Apesar das reservas, o Palácio do Planalto vê como um sinal “positivo” o fato de o Tribunal Supremo de Justiça estar revisando as atas, interpretando isso como uma indicação de que os documentos existem e poderão ser analisados de forma mais ampla.