Os governos do Brasil e do Reino Unido anunciaram uma parceria estratégica para acelerar a descarbonização da indústria, uma ação que é vista como essencial para a preservação ambiental. O acordo foi revelado pela Agência Brasil neste domingo, 8 de dezembro, após intensas negociações na COP29, que ocorreu em Baku, no Azerbaijão.
Este pacto tem como objetivo viabilizar a transição para fontes de energia limpa, incluindo o uso de minerais estratégicos e hidrogênio de baixo carbono. A formalização da cooperação ocorreu durante a COP29 e será revisitada na COP30, que será realizada em Belém no próximo ano.
Clovis Zapata, economista e representante da UNIDO no Brasil, apontou que um dos principais obstáculos para a descarbonização no país é a necessidade de criar modelos de negócios que promovam tecnologias de baixo carbono sem comprometer o crescimento econômico. Ele enfatizou a importância de dar atenção especial aos setores de aço, cimento e petroquímicos, que têm processos industriais mais desafiadores.
A parceria pretende atrair investimentos técnicos e financeiros, tanto nacionais quanto internacionais, para apoiar políticas públicas e projetos de descarbonização. O Reino Unido, que possui vasta experiência em tecnologias e políticas de descarbonização, fornecerá financiamento climático.
Zapata acredita que essa colaboração pode servir como exemplo para outros países do Sul Global que enfrentam desafios similares. O “Hub de Descarbonização Industrial”, que já está em operação, foi criado para impulsionar projetos e estudos estratégicos, com chamadas públicas abertas pela UNIDO.
Além disso, o descarte de tecnologias para energia limpa, como solar e eólica, representa um desafio que precisa ser enfrentado. O representante da UNIDO também mencionou que, em 2025, o Brasil deverá iniciar um projeto de cooperação para melhorar o tratamento e a reciclagem de materiais e metais críticos, com base em práticas do Reino Unido e da União Europeia.