O candidato do PSDB a deputado estadual nas eleições de 2022 em Goiás, Júnior Pinheiro, é acusado de violar a cota de candidaturas femininas, conforme a acusação apresentada pelas advogadas Amanda Souto Baliza e Talita Silvério Hayasaki.
Júnior Pinheiro é assessor parlamentar, se identifica como homem e é um gay cisgênero. As juristas afirmam que a chapa de estaduais do PSDB-GO não respeitou o número mínimo de candidaturas femininas e, pedem a anulação da chapa.
“A manobra serviu para atingir a cota de 30% de candidaturas femininas. Criaram uma candidatura fictícia ao inventarem uma mulher trans que nunca existiu. Isso desrespeita tanto o movimento feminista pelo direito de voto, quanto a comunidade LGBT”, disse a advogada em uma entrevista ao site.
Na eleição para a Assembleia Legislativa de Goiás, a chapa do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) elegeu Dr. José Machado e Gustavo Sebba. Eles são dois dos 12 candidatos eleitos pelo país que podem ter a candidatura anulada devido às irregularidades ou às acusações de inscrições irregulares em candidaturas femininas.
Júnior Pinheiro nunca se declarou mulher, segundo a advogada. “Ele sempre se declarou homem cisgênero, apesar da orientação sexual. Sua candidatura, inclusive, foi registrada no Vote LGBT, site que divulga candidaturas LGBT, como ‘45745 Júnior Pinheiro — PSDB — Deputado Estadual — GO Bissexual — Branco’”, explica ela.
Júnior Pinheiro não teve sucesso na eleição estadual, obtendo apenas 275 votos. Em 2020, ele concorreu às eleições para vereador em Goiânia. Naquela ocasião, disse ao TSE que se identificava com o sexo masculino.