A esfera política brasileira enfrenta mais um rebuliço. A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi recentemente intimada pela Polícia Federal a prestar depoimento. Este movimento surge em resposta às declarações bombásticas de Walter Delgatti Neto, o hacker por trás da Vaza Jato, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do 8 de Janeiro.
Segundo Delgatti, Zambelli teria proposto uma trama para minar a confiabilidade do sistema de votação brasileiro. Durante a campanha eleitoral do ano passado, a deputada teria se aproximado do hacker com um objetivo audacioso: demonstrar que as urnas eletrônicas poderiam ser fraudadas.
As revelações não param por aí. Delgatti afirma ter recebido uma proposta tentadora: um indulto presidencial. “Sim, recebi [proposta de benefício]. A ideia era eu receber um indulto do presidente [Jair Bolsonaro]. […] estava visando esse indulto”, confidenciou o hacker à CPI. Lembrando que indultos presidenciais não são comuns; o próprio presidente Bolsonaro já havia concedido um a um deputado anteriormente.
Financeiramente, a trama também se aprofunda. Delgatti afirma ter recebido um total de R$ 40 mil de Carla Zambelli, dos quais R$ 14 mil foram transferidos via depósito bancário e o restante pago em espécie. Tais alegações são veementemente negadas pela deputada.
O enredo complica ainda mais quando voltamos para 2022. Em um suposto encontro orquestrado por Zambelli entre Delgatti e Bolsonaro no Palácio da Alvorada, o foco era discutir a integridade das urnas eletrônicas. Contextualizando, Bolsonaro, à época presidente, promoveu diversas fake news sobre o sistema eleitoral brasileiro – movimento que eventualmente o tornou inelegível por uma decisão do TSE.
Para além das urnas, Delgatti faz outra revelação surpreendente: ele teria sido instruído a grampear o celular do ministro do STF, Alexandre de Moraes.