Combate às hepatites: Iniciativa da SBH estende campanha por todo ano

O 'Julho Amarelo' se transforma em um esforço anual para combater as hepatites virais.

Em uma importante mudança de estratégia, a Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH), em parceria com o Instituto Brasileiro de Fígado (Ibrafig), decidiu que a campanha de combate às hepatites virais agora será contínua e durará o ano todo. O objetivo é garantir que a conscientização e a luta contra essas doenças sejam constantes.

Giovanni Faria Silva, presidente da SBH, explicou a decisão dizendo: “Se a gente se prende só a um mês, agosto começa e as pessoas acabam se esquecendo da importância do tema”. A campanha se chama “De Julho a Julho Amarelo. A cura começa com o teste”, e foca no diagnóstico precoce.

A nova ação permanente foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva através da Lei 14.613. Ela modifica a Lei 13.802, instituindo um conjunto de ações de combate às hepatites virais ao longo do ano.

Dentre as ações previstas, estão iluminações de monumentos importantes, como o Cristo Redentor e o Monumento das Bandeiras, na cor amarela. Haverá também campanhas de testagem em inúmeras cidades, campanhas de conscientização em jogos de futebol, e iniciativas de combate à doença em locais de alta infecção, como presídios e entre moradores de rua.

Essas novas estratégias serão discutidas em reuniões no Ministério da Saúde na próxima semana. A ideia é criar um plano nacional de prevenção, diagnóstico e tratamento das hepatites virais.

As hepatites virais são doenças que atacam o fígado e podem progredir para a cirrose de forma assintomática, tornando o diagnóstico precoce essencial.

“Os sintomas aparecem quando a pessoa já tem cirrose avançada”, explicou Faria Silva.

Dependendo do tipo de hepatite, o tratamento pode ser simples, como no caso da hepatite C, onde um comprimido diário por oito a 12 semanas tem uma taxa de cura de 98%. Já a hepatite D requer um tratamento mais complexo.

Ao tornar a campanha de combate às hepatites virais uma iniciativa permanente, espera-se aumentar a conscientização, o diagnóstico precoce e o tratamento dessas doenças, diminuindo assim seu impacto sobre a população brasileira.