Consulta pública do MEC busca opiniões sobre Novo Ensino Médio através do WhatsApp

O Ministério da Educação (MEC) anunciou que, a partir do dia 8 de maio, iniciará uma pesquisa online pelo WhatsApp para ouvir 100 mil estudantes e professores sobre o novo ensino médio. Um instituto selecionará os participantes, que receberão um QR code pelo aplicativo de mensagens para participar da pesquisa. Além disso, a população em geral poderá opinar sobre a reforma na plataforma Participa Brasil a partir do dia 24 de abril.

A secretária executiva do MEC, Izolda Cela, afirmou que o objetivo da pesquisa é evitar polarizações e focar em uma participação de qualidade. Cela quer que a pesquisa revele situações reais e proposições que orientem a implementação e possíveis alterações no currículo. A secretária participou do evento Educação Já, realizado pelo Todos Pela Educação em Brasília, onde ouviu professores expressarem suas dificuldades com o novo ensino médio.

Em resposta às cobranças por medidas rápidas, o MEC abriu uma consulta pública no mês passado e, há duas semanas, suspendeu uma portaria sobre o cronograma da reforma. Isso levou à decisão de não adaptar o Enem de 2024 ao novo currículo. A secretária da Educação Básica do MEC, Katia Schweickardt, afirmou que o governo busca maior democracia e, por isso, é essencial ouvir as pessoas.

No final do mês, o MEC divulgará um calendário com reuniões sobre o novo ensino médio envolvendo entidades representativas de estudantes, professores e especialistas, tanto online quanto presencialmente. A pesquisa pelo WhatsApp será finalizada apenas em julho, após o período de 90 dias estipulado para a consulta pública do MEC. Izolda Cela não vê problemas em prorrogar o prazo, desde que o processo já esteja em andamento.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, presente no evento, pediu que a questão não seja levada ao Supremo, afirmando que a decisão deve ser tomada por educadores. Barroso considera o novo ensino médio um avanço e enfatiza a importância da continuidade das políticas educacionais. O vice-presidente Geraldo Alckmin também elogiou a reforma, destacando que mantém as disciplinas básicas e busca se abrir a outras áreas.