CPI da Pandemia apura suposto esquema de propinas no Ministério da Saúde

A CPI da Pandemia irá apurar uma denúncia de pagamento de propina de até R$ 296 mil mensais a políticos e servidores ligados ao Ministério da Saúde.

De acordo com documentos obtidos pelo portal UOL, o suposto esquema, que foi denunciado por uma ex-servidora da pasta, seria organizado pelo líder do governo na Câmara e um dos investigados no caso Covaxin, o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR).

Durante sua gestão como ministro da Saúde entre 2016 e 2018, Barros extinguiu a Central Nacional de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos (Cenadi), responsável pela distribuição de vacinas e de outros insumos pelo governo federal, e contratou a empresa VTC Operadora Logística Ltda, conhecida como VTCLog para a tarefa.

No Portal da Transparência, os contratos firmados com a empresa que preveem a prestação do serviço por 60 meses apontam um valor total de R$ 592.733.096,15 com R$59,2 milhões desviados de forma irregular para distribuição de R$990 mil mensais entre os envolvidos.

Entre os beneficiados está o ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, preso após prestar depoimento como testemunha à CPI no último dia 7 de julho. De acordo com os denunciantes, Dias ficaria com um décimo do valor, R$ 99 mil.

Por meio de sua assessoria, Barros afirmou que não possui “nenhuma ligação” com a VTCLog e que a empresa venceu a concorrência por meio de procedimento licitátorio legal.