Pelo menos um palmeirense estará em casa neste domingo, às 16h, quando o Verdão entrar em campo para enfrentar o Bahia, na Fonte Nova. Nascido em Salvador, o atacante Keno vai contar com uma torcida especial no retorno para a sua cidade natal.
– Vai ser bom, minha família e meus amigos vão estar lá. Já me ligaram, me pediram ingressos… Feliz em ver o pessoal, por jogar na Bahia, que é de onde eu sou. Vai família, amigos… Dá para ir umas 30 pessoas ao jogo (risos) – contou o jogador, em bate-papo com o GloboEsporte.com na Academia.
Oito anos depois de começar sua carreira, Keno retorna ao local onde pegou gosto pelo futebol. Antes de virar profissional, porém, as peladas de fim de semana era mais por prazer. Na época, ele chegou até a vestir a camisa do Barcelona nas disputas de várzea, e garante que nunca fez gol no Palmeiras local. Os jogos eram importantes também por outra questão.
– Não fazia nada, então, tinha de bater uma pelada, né? De sábado e domingo, pegava uns cinco ou seis jogos porque não tinha nada para fazer e gostava de jogar. De segunda e terça, também, mas no fim de semana era melhor porque tinha um trocadinho para dar uma aliviada no bolso (risos) – disse o atleta.
Voltando para 2017, Keno chegou ao Palmeiras após se destacar pelo Santa Cruz. No Verdão, foi uma aposta de Eduardo Baptista no começo da temporada e segue em alta aos olhos de Cuca, com quem começou a ganhar sequência na equipe titular após ser elogiado pelo treinador depois das recentes suas atuações.
Contra o Santos, na última quarta-feira, deixou a equipe devido a uma opção mais cautelosa da comissão técnica na partida da Vila Belmiro, mas entrou na segunda etapa. Nem sequer a possibilidade de perder a posição após o retorno de Dudu, que estava machucado, diminui a empolgação do atacante.
– Fico feliz pela minha fase, venho trabalhando para tentar manter meu nível. O treinador vem me dando confiança, espero manter isso. O Palmeiras é time grande, não pode relaxar.
– O grupo é qualificado. Sabemos que vamos ter muitas competições, Libertadores, Copa do Brasil e Brasileiro. Não faz diferença se quem for entrar mantiver o mesmo nível. Podendo ajudar o Palmeiras, vai ser bom. Estou vindo num bom momento. Se o Dudu voltar, se eu sair, vou respeitar. Fico feliz pela volta dele, vai nos ajudar muito. Se ficar fora, vou estar torcendo como sempre fiquei – completou.
Alvo do zoeira
Com bom humor, Keno é alvo de brincadeira entre os jogadores e torcedores. Na Academia palmeirense, já foi chamado pelos companheiros de Tshabalala, em referência ao jogador da seleção da Africa do Sul, que marcou o primeiro gol da Copa do Mundo de 2010.
– Foi um negócio lá do Nordeste, quando os jogadores estão subindo do vestiário para o campo. Um cara não sabia o nome dos jogadores e ficou xingando. Aí tem um que fala: "aí, Tshabalala", "aí, Saci", essas coisas… Aí viram aqui, Thiago (Santos) e Tchê Tchê me chamaram assim. Ele (o torcedor) chamou todo mundo de Tshabalala, nem sei que p*** é essa aí (risos) – contou o atleta, que também é alvo dos torcedores pela maneira rápida como fala nas entrevistas.
– Estou cansado, indo para o vestiário, e os caras me param. Eu já falo rápido… Não paro mais, passo direto agora (risos). Vão zoar outros e não mais eu – brincou.
Com Keno em campo, o Palmeiras ganha em velocidade e tem no drible do atacante um aliado importante na tentativa de furar a retranca dos adversários. Em 26 jogos com a camisa alviverde, ele marcou três vezes e tem recebido atenção especial de Cuca.
Uma das cobranças da comissão técnica tem sido para os atacantes fazerem a infiltração em diagonal, na tentativa de surpreender e encontrar espaços na defesa rival. Será que ele vai ter mais uma chance neste domingo, contra o Bahia?
– Quem está fora vê mais do que quem está dentro. Ele (referindo-se a Cuca) manda a gente fazer o facão sempre para poder dar opção para quem for lançar. Procuramos ficar concentrados e ouvir muito. É bom e importante para o jogador. O jogo é muito rápido – acrescentou.