Nos três primeiros dias do programa Desenrola Brasil, a Caixa Econômica Federal alcançou um impressionante marco de renegociar mais de R$ 10 milhões em dívidas, com mais de 22 mil clientes aderindo ao programa junto ao banco público. Essa iniciativa visa reativar o consumo no país e estimular a economia, oferecendo oportunidades tanto para as pessoas endividadas quanto para as empresas.
Desenrola Brasil:
O Desenrola Brasil é um programa criado pelo governo federal com o objetivo de facilitar a renegociação de dívidas para pessoas com nome negativado. Essa medida visa reduzir os impactos do endividamento, permitindo que os consumidores recuperem sua capacidade de crédito e, assim, estimulem a produção de bens e serviços no país.
O sucesso do programa na Caixa Econômica Federal:
A Caixa Econômica Federal, como um dos principais bancos públicos do país, teve uma resposta extremamente positiva ao programa. Com mais de 1 milhão de acessos diários à sua página na internet, a instituição atraiu um grande número de interessados em aderir ao programa. A presidente da Caixa, Rita Serrano, destacou que as pessoas têm duas opções: quitar a dívida com um desconto de 90% ou parcelar em até 120 meses (ou seja, dez anos).
“Estamos abrindo todas as agências do país uma hora mais cedo e inclusive temos um caminhão-agência em Santos [SP] em local estratégico para atender. Então há uma expectativa nossa de ter um público grande para renegociar dívida”, destacou.
Os benefícios da renegociação:
A possibilidade de pagar a dívida em um prazo mais longo é uma oferta tentadora para muitos endividados. Esse prazo estendido permite que as pessoas tenham mais folga no orçamento e ajuda a evitar o superendividamento imediato. Além disso, ao reativar o crédito, os consumidores podem voltar a consumir, o que por sua vez, pode impulsionar a produção e criar uma demanda maior por mão de obra, resultando em um potencial aumento de empregos no país.
“O aumento do consumo pode levar as empresas a expandirem sua produção para atender à demanda crescente e essa expansão dos negócios pode resultar em uma maior necessidade de mão de obra, contribuindo para a geração de empregos no país”, disse a presidente da Caixa.
Os riscos envolvidos:
Apesar das vantagens, especialistas como o economista Arthur Wittenberg, do Instituto Brasileiro de Mercados de Capitais (Ibmec), alertam para os riscos de um novo superendividamento das famílias.
“Pense em alguém que ficou com o orçamento mais apertado em função de uma despesa inesperada ou que perdeu o emprego ou mesmo alguém que não consegue fechar as contas no curto prazo. Vai preferir isso [prazo mais longo]. Nesse caso, o risco para as pessoas é ir alongando muito e contratando outras dívidas. Em dez anos, podem ocorrer diversas alterações na renda das pessoas”, detalhou.