Embora a presidente Dilma Rousseff reitere que não teme o impeachment, o assunto não sai da pauta da oposição e até mesmo de aliados, como o PMDB. O fim desta semana está marcado por intensos encontros para afinar o discurso sobre o que os petistas chamam de ‘golpe’.
{relacionadas}Nesta sexta-feira (10), integrantes do PMDB se reúnem com o vice-presidente Michel Temer para tratar do momento delicado que o governo está passando. Apesar do esforço para dissipar o coro de impeachment, alguns aliados insistem que se houver motivo concreto não há porquê ser benevolente com a presidente.
O deputado Mauro Pereira (PMDB-RS) é um dos que dizem que o impedimento seria golpe, mas ao mesmo tempo reforça a tese de que a presidente não terá tranquilidade no Congresso. “Caso haja qualquer fato jurídico que descredencie a titularidade do gestor, o poder legislativo não pode passar a mão na cabeça.”
Informalmente, o discurso contra a petista é duro. "Só se fala na saída dela, estábalançando", disse um deputado da bancada do Nordeste. A avaliação é que o governo precisa dar sinais mais concretos de saída da crise, e de que o país "é viável" economicamente.
Para o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), a mandatária só tem duas opções. "Ou ela termina o mandato sangrando, como o Sarney, que pelo menos sabia fazer política. Ou é constitucionalmente afastada. O TCU, o Tribunal Superior Eleitoral e o Ministério Público Federal (MPF) estão investigando. Todos estão buscando a 'Elba'", disse Perondi, em alusão ao caso que culminou no impeachment do ex-presidente Fernando Collor.