Sr. Presidente, Srªs e Srs Deputados, amigos que ocupam as Galerias Paulo Jackson, companheiros da Imprensa subo a esta tribuna hoje muito triste para lamentar a morte de um companheiro, militante histórico da esquerda; companheiro que combateu a ditadura militar fazendo parte do movimento democrático brasileiro, fundador do Partido dos Trabalhadores, amigo que conheci ainda no jardim de infância, e que trilhou o caminho da luta pela democracia, da luta de esquerda, combateu o bom combate, e que teve a sua vida adiada de forma bastante precoce aos 54 anos. Refiro-me ao companheiro Robson Soares.
Robson Soares viveu comigo uma trajetória praticamente igual. Fizemos o jardim de infância, primário, ginásio e a Escola Técnica juntos. Depois, seguimos caminhos diferentes para, em seguida, nos reencontramos na CHESF. Entramos na Chesf juntos e militamos no movimento sindical. Também tivemos a oportunidade, eu como coordenador do Programa Luz para Todos na Bahia, e ele como um dos mais atuantes e brilhantes agentes do Programa Luz para Todos. Eu diria que a Esquerda, principalmente na Bahia, está de luto. A esquerda, principalmente no sertão.
Robson tinha uma atuação regional de dupla face. Por morar em Sobradinho, ele tinha uma atuação política no lado do Pernambuco, onde sempre militou com o deputado Fernando Ferro; e no lado da Bahia, ao meu lado, inicialmente ao lado do deputado Alcides Modesto, vivendo esse processo de construção que culminou com a chegada à presidência da República do companheiro Lula, do companheiro Wagner ao governo do Estado.
Robson era uma das pessoas mais empolgadas com o nosso projeto. Além de militante político, era um verdadeiro artista. Foi amigo de Luiz Gonzaga, era amigo de Marciel Melo, fazia programa de rádio na Rádio Rural de Petrolina, um cordelista, um humorista, um cantor, que partiu nos deixando muita saudade. Foi sepultado na cidade de Paulo Afonso num clima, eu diria, de muita tristeza e de muita saudade. Contou com várias homenagens de companheiros militantes, como também, principalmente, de alguns artistas que com ele participaram de alguns eventos, de shows, de serenatas, enfim, de diversas atividades.
Não poderia deixar de registrar, hoje, a morte de um companheiro tão especial, que vai deixar saudade no meio político, artístico. E deixará, em mim, muita saudade do ponto de vista pessoal. Haveremos de continuar essa luta. E continuar a luta num momento muito difícil, em que o Brasil atravessa uma grande crise econômica e política, e o nosso partido passa por grandes dificuldades.
Quero deixar bastante claro, chamando a memória do companheiro Robson, que nós não haveremos de sucumbir; nós haveremos de lutar, porque o nosso compromisso é histórico. É o compromisso para que façamos do Brasil um Pais verdadeiramente democrático em termos político, social e econômico.
Vai com Deus, Robson, que nós continuaremos o teu trabalho.
Muito obrigado, Sr. Presidente.