Na primeira semana de volta às aulas presenciais em Salvador duas escolas da rede privada precisaram acionar os protocolos de segurança contra a Covid e suspenderam parcialmente as atividades. Em nenhuma delas houve confirmação de caso, mas as medidas foram adotadas como precaução. Na rede pública, a prefeitura afirma que não houve registros. O sindicato dos professores contesta.
Segundo o porta-voz do Grupo pela Valorização da Educação (GVE), entidade que reúne 64 escolas particulares de Salvador e Lauro de Freitas, Wilson Abdon, desde que as aulas presenciais retornaram na capital, na segunda-feira (3), duas escolas suspenderam parcialmente os atendimentos presenciais por conta do risco de contágio.
Um caso aconteceu na Escola Tempo de Criança, na Pituba, onde os pais de um estudante contaram que ele teve contato com uma pessoa que foi diagnosticada com covid. Por precaução, a direção da unidade resolveu suspender as atividades presenciais na sala que o aluno frequentava, tanto para a turma dele como para os colegas do outro turno. O ensino será virtual até a segunda-feira (10) e, caso ninguém apresente sintomas, as aulas presenciais serão retomaremos no dia seguinte.
O outro caso foi de uma professora da Escola Clubinho das Letras, em Ondina, que apresentou sintomas de quadro febril. A direção decidiu suspender temporariamente as atividades presenciais na instituição até que saia o resultado do exame. Até lá, as aulas serão oferecidas no modelo virtual. O retorno dos alunos Grupo 2, marcado para segunda-feira, está mantido já que os educadores não tiveram contato com a profissional afastada.
O porta-voz do GVE, Wilson Abdon, disse que as escolas agiram de maneira correta e que seguiram o protocolo de segurança criado para essas situações.
“Esses infortúnios serviram para mostrar que as escolas estão com protocolos ativos e que estão acompanhando de perto a situação. Os casos aconteceram fora da escola e a escola conseguiu rastrear antes que tivesse o contágio dentro da escola, ou seja, o ambiente escolar continua seguro e protegido. Ficamos contentes em ver que os protocolos estão sendo seguidos”, afirmou.
Alguns dias antes do retorno das aulas presenciais um professor do Colégio Antônio Vieira, no Garcia, testou positivo para Covid. Na época, a escola explicou que ele não teve contato com alunos nem professores e que, por isso, as aulas foram mantidas.
Primeira semana
A primeira semana com ensino presencial liberado em Salvador começou com 44 das maiores escolas da rede privada retomando as atividades, mas, segundo o GVE, esse número aumentou com o passar dos dias. Na quarta-feira, eram mais de 50 instituições. A instituição está discutindo agora com a Prefeitura de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana, a retomada das atividades.
O diretor do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sinepe-BA), Jorge Tadeu Coelho, contou que não registrou outros casos suspeitos de Covid em escola de Salvador, além dos já citados, e disse que a primeira semana foi de movimento tranquilo. Alguns pais ainda estão com receio de enviar os filhos para os colégios, apesar de outros contarem que estavam ansiosos para esse retorno.
“Estimamos que de 30 a 40% dos alunos voltaram para a escola. Com o ensino híbrido esse retorno está sendo facultativo, mas o mais importante é que temos protocolos que garantem a segurança do ambiente escolar. Além disso, os trabalhadores da educação estão sendo vacinados com a vacina de Oxford, que garante 72% de proteção já na primeira dose”, afirmou.
Segundo o Sinepe, a Bahia tem 145 mil estudantes e mais 35 mil professores na rede privada de ensino, em cerca de 2,5 mil escolas, sendo que 1,5 mil estabelecimentos estão localizados em Salvador.
Rede Pública
Diante de rumores sobre contágio na rede municipal, a Secretaria de Educação (Smed) negou ocorrência de surto de covid nas unidades de ensino e afirmou que nenhuma escola teve as aulas suspensas. “As unidades estão em pleno funcionamento”, disse a Smed.
A resposta da Smed tem origem em informações repassadas pelo Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Estado (APLB). A entidade afirma que três escolas municipais apresentaram surto de e que professores precisaram ser afastados de duas instituições do Lobato e de outra em Fazenda Coutos.
A secretaria orienta que o estudante que estiver doente ou com temperatura superior a 37,5°C não deve ir à escola. Caso o aluno apresente sintoma, a direção deve entrar em contato com a família de imediato e orientá-la a procurar um atendimento médico.
A prefeitura informou que a Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur) é responsável por fiscalizar se as escolas privadas cumprem os protocolos e que nenhuma irregularidade foi detectada até agora.