O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em sua visita à unidade do Senai Cimatec em Salvador nesta quinta-feira, fez declarações críticas a respeito da administração de seus antecessores. Em seu discurso no evento que marcou a criação do Parque Tecnológico Aeroespacial da Bahia, Lula afirmou que encontrou o país em um estado de deterioração significativo.
Segundo o presidente, várias conquistas e avanços alcançados em 13 anos foram perdidos, mencionando a extinção de ministérios como o da Cultura e da Pesca, e a falta de um ministério dedicado aos povos indígenas. Lula destacou a degradação das políticas públicas, enfatizando a ausência de reajuste na merenda escolar por quase sete anos, afetando milhões de crianças.
“Eu peguei o país devastado por uma praga de gafanhoto que destruiu quase tudo que a gente tinha feito em 13 anos de evolução. A gente não tinha mais Ministério da Cultura, a gente não tinha mais Ministério da Pesca, a gente nunca teve Ministério do Povo Indígena. A gente foi acabando não apenas com os ministérios, mas a gente foi acabando com as políticas públicas”, afirmou.
O presidente ressaltou os desafios enfrentados pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, liderado por Luciana, em reverter o quadro de baixo investimento na área nos anos anteriores.
“Só para você ter ideia, fazia exatamente quase sete anos que não tinha reajuste na merenda escolar de 47 milhões de crianças nesse país. A Luciana [ministra da Ciência e Tecnologia] sabe, que em apenas um ano ela teve que colocar de investimento na Ciência e Tecnologia, no pagamento de bolsa, muito mais do que tinha sido feito em quatro anos anteriores, porque praticamente foi destruído qualquer possibilidade de investimento nesse país”, lamentou.
Lula também criticou as decisões tomadas em relação à Petrobras e a privatização da Eletrobras, considerando-as retrocessos para o país.
“Esse país já poderia estar consagrado como a quinta economia do mundo há muito tempo, mas há muita gente nesse país que teima em retroceder. O que fizeram com a nossa Petrobrás? E a privatização da Eletrobrás? As pessoas não gostam que fale, mas foi um escárnio o que se fez num setor estratégico como setor de energia desse país”, continuou.
Em relação ao Parque Tecnológico Aeroespacial da Bahia, o projeto será implementado na Base Aérea de Salvador, com gestão do Senai Cimatec. O parque visa promover o ensino, a pesquisa avançada e a inovação no setor aeroespacial. Uma comissão de estudo, envolvendo diversos órgãos governamentais e institucionais, avaliou a viabilidade do projeto, concluindo pela ausência de impedimentos jurídicos ou normativos para sua instalação.