O governador Rui Costa afirmou nesta quinta-feira (29) que está considerando dar férias coletivamente aos professores da rede estadual em novembro para que depois as aulas possam retomar sem pausas. “Inclusive, estamos avaliando, eventualmente, colocar os professores em férias em novembro para que, após o retorno, não seja necessário parar“, explicou, durante viagem de testes de um ônibus elétrico no Subúrbio, nesta manhã.
Ele voltou a dizer que as aulas voltarão de maneira escalonada, começando pelos níveis mais altos de ensino. “O que está acertado entre município e estado é o retorno por bloco de ensino. Nós autorizamos a volta do ensino superior e vamos fazer essa volta gradual. Não queremos misturar o retorno com esse momento de aglomerações eleitorais para não contaminar a avaliação do retorno das aulas com a contaminação pelas aglomerações eleitorais. Então, vamos aguardar um pouco. Primeiro vai ser ensino médio e depois o ensino fundamental, mas não há uma previsão“, afirmou.
O governador comentou também as dificuldades econômicas trazidas pela pandemia. “O caixa do governo está muito melhor do que se esperava no início da pandemia. Vamos ter uma arrecadação menor do que o ano passado, mas conseguimos evitar o colapso nas contas do governo. Nossa situação nessa pandemia foi bem pior que a grande maioria dos municípios porque o valor repassado pelo governo federal foi mais generoso com os municípios do que com os governos. Existem municípios que não vão ter queda de arrecadação nenhuma, alguns vão ter até acréscimos em relação ao ano passado porque foi um repasse de valores absolutos que não levou em conta quanto cada município arrecadava“, considerou.
“Surpresa” na volta às aulas
Ontem, o governo do estado confirmou que instituições de ensino superior poderão retomar atividades presenciais a partir da terça (3). De acordo com o Secretário da Educação do Estado da Bahia, Jerônimo Rodrigues, as faculdades e universidades terão autonomia para definir quando e como será a retomada. O decreto que permite a volta para as salas de aula será publicado na próxima sexta-feira (30).
“O decreto apenas libera as atividades acadêmicas do ensino superior com base em protocolos de saúde. Cada instituição, pública ou privada, tem autonomia de calendário e pode definir o que fazer a partir de 3 de novembro. Não precisa ser logo no dia três. O que elas são obrigadas é a cumprir o protocolo”, explica Rodrigues. As regras para a retomada serão publicadas em uma portaria também na sexta.
As instituições privadas de ensino superior ainda não devem retomar as aulas teóricas, informou o presidente do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Ensino Superior da Bahia (Semesb) e reitor do Centro Universitário Unirb, Carlos Joel Pereira. De acordo com ele, o posicionamento atual do setor é que apenas as aulas práticas devem voltar em um primeiro momento.
“Também fomos pegos de surpresa com a data. A logística para o retorno não é tão simples e já montamos uma estratégia de aulas mediadas pela internet. Não devemos retornar de imediato. Na segunda semana de novembro, teremos uma posicionamento das instituições sobre como será iniciado o processo de retorno. Tudo aponta que as aulas presenciais na totalidade só ocorra em 2021”, afirmou.
Na Universidade Federal da Bahia (Ufba), as atividades presenciais estão suspensas em 2020, ressaltou o reitor da instituição, João Carlos Salles. Para o ano que vem, as possibilidades ainda são debatidas, com base na avaliação das condições para um possível retorno e do atual Semestre Letivo Suplementar, que é online.
“Algumas atividades presenciais que acontecem são excepcionais mediante a aprovação do comitê de acompanhamento da Covid-19. Nossa decisão é por não retomar as atividades presenciais esse ano. Estamos no meio do Semestre Letivo Suplementar, cujas atividades ocorrem até 18 de novembro”, afirmou o reitor da Ufba.
Na terça-feira (27), o governador da Bahia, Rui Costa, já tinha afirmado que as universidades não seriam mais obrigadas a suspender as aulas. O anúncio foi feito durante o programa Papo Correria, transmitido nas redes sociais.
“O que nós vamos fazer é determinar uma série de prerrogativas para esse retorno as aulas. Quando digo voltar é liberar para voltar porque cada universidade para definir como vai voltar e seu calendário. O que faremos é retirar a restrição do retorno“, disse o governador.
Na transmissão, o governador afirmou que não pode “colocar a condicionante de que as aulas só voltam quando tiver vacina por que se não 2021 também ficará sem aula“.