‘Eu exagerei’, diz Bolsonaro sobre ter chamado manifestantes da educação de ‘idiotas úteis’

O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste domingo que exagerou ao chamar de “idiotas úteis” manifestantes que foram às ruas no último dia 15 contra cortes de verbas para a Educação. Na ocasião, Bolsonaro também afirmou que os estudantes são “massa de manobra”, manipulados por uma minoria que comanda as universidades federais. Para o presidente, o “certo” seria chamá-los de “inocentes úteis”.

— Eu exagerei, concordo, exagerei. O certo são inocentes úteis. São garotos inocentes, nem sabiam o que estavam fazendo lá. Na teoria, usa-se a inocência das pessoas para atingir o objetivo. Uma vez atingido, as primeiras vítimas são exatamente essas pessoas. Então a garotada foi na rua contra corte na educação. Não houve corte, houve contingenciamento. Eu deixei de gastar, não tirei dinheiro. Segurei aproximadamente 3,6% do montante, que seria 30% de 12% das despesas discricionárias e a molecada foi usada por professores inescrupulosos para fazer fazer manifestação política contra o governo — disse Bolsonaro, em entrevista à Record, em Brasília.

Bolsonaro voltou a afirmar que os estudantes “foram usados por professores”:

— Nós sabemos que a juventude tem um peso muito grande nessas manifestações. Agora me desculpem, mas foram usados por esses professores. A minoria não tem o compromisso de fazer com que esses jovens sejam, lá na frente, bons profissionais, bons empregados ou bons patrões — declarou.

Atos

Bolsonaro afirmou que as atos deste domingo vieram “do coração do povo” que, a seu ver, quer que os três poderes — Executivo, Legislativo e Judiciário — trabalhem com uma pauta definida pelo país. Ele ressaltou que não houve boletins de ocorrência, carros queimados e prédios depredados nas ruas do Brasil. 

— Esse movimento é um recado para todos nós, do Parlamento e do Executivo e em parte para os magistrados do Brasil também. Algo está travando a nossa pauta.

Bolsonaro esteve neste domingo no Rio, onde participou do casamento do filho , o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), mas não participou dos atos. Ele foi à igreja Batista Atitude, na Barra, da Tijuca, frequentada pela primeira-dama Michelle Bolsonaro.  Depois da visita ao templo, o presidente afirmou que o povo estava indo às ruas “defender o futuro dessa nação” . Ao todo, 156 cidades em todos os estados e no Distrito Federal registraram atos pró-governo.