No último sábado (21), Eugênio Aragão, advogado e ex-ministro da Justiça, defendeu que Jair Messias Bolsonaro seja criminalmente responsabilizado pelo crime de genocídio contra os povos indígenas brasileiros, especialmente o povo Yanomami.
Aragão, responsável pela demarcação das terras Yanomamis, explicou que elas estão em estado de desastre sanitário e devem ser prioridade na nova política indígena do governo atual.
“Cabe responsabilizar por genocídio as autoridades que no governo Bolsonaro permitissem que essa tragédia se consumasse. Só em 2022 mais de 100 crianças Yanomami morreram, a maioria de subnutrição. É preciso cobrar justiça”, afirmou.
O ex-ministro lembrou que os povos indígenas daquela região nunca tiveram uma situação fácil.
“A tragédia remonta aos tempos da ditadura militar, quando quiseram implantar o Projeto Calha Norte a ferro e fogo, facilitando a penetração de seu território imemorial por garimpeiros, que disseminaram doenças, inclusive a malária, entre a população indígena e destruíram seu habitat com a poluição dos rios Urariquera e Catrimani com mercúrio. Foi uma catástrofe.”
Naquela época, ele exercia o cargo de Procurador da República e chegou a solicitar a prisão do delegado Romeu Tuma por permitir o garimpo ilegal na região.