Sebastián Piñera, ex-presidente do Chile, perdeu a vida em um acidente de helicóptero na terça-feira, 6, confirmado pelo seu gabinete e pelo Ministério do Interior chileno. Aos 74 anos, o político e empresário bilionário estava a bordo da aeronave que caiu no lago da cidade de Lago Ranco, região central do Chile, enquanto retornava de uma visita ao amigo José Cox.
O jornal local “La Tercera” reportou que Piñera pilotava o helicóptero que transportava outras três pessoas. Após o acidente, equipes de emergência localizaram três ocupantes; dois deles alcançaram a margem a nado, enquanto o terceiro foi resgatado nas águas. O helicóptero já estava submerso quando os socorristas chegaram ao local. O corpo de Piñera foi posteriormente recuperado e transportado à margem por uma lancha.
Piñera, cuja fortuna foi estimada em US$ 2,9 bilhões pela Forbes, marcou sua carreira política por dois mandatos presidenciais, durante os quais enfrentou períodos de intensa agitação social. Seu legado inclui esforços para distanciar-se dos defensores da ditadura de Augusto Pinochet, fechando uma prisão especial para violadores de direitos humanos e buscando posicionar-se como um exemplo de direita democrática na América Latina.
Durante seu primeiro mandato (2010-2014), Piñera tomou atitudes significativas contra os vestígios do regime de Pinochet e, em seu segundo mandato (2018-2022), esforçou-se para ser visto como um líder regional, descrevendo o Chile como “um oásis” na América Latina. Demonstrou solidariedade internacional, especialmente com a cidade colombiana de Cúcuta em 2019, ao oferecer um visto especial para venezuelanos que buscavam refúgio no Chile.
Seu período no poder também foi marcado pelos protestos estudantis de outubro de 2019, inicialmente desencadeados pelo aumento das tarifas do metrô em Santiago, que evoluíram para a maior revolta social no Chile em décadas, resultando em 34 mortes e centenas de feridos.
